A Câmara Municipal de Curitiba aprovou uma moção de apoio à evangelização promovida pelo frei Gilson, em meio a controvérsias envolvendo o sacerdote e diferentes ideologias políticas. Na justificativa apresentada, o vereador Bruno Secco destacou que o frei tem sido alvo de várias mensagens de ódio nas redes sociais. O vereador argumentou que esse tipo de discurso é frequentemente oriundo de militantes de esquerda, que tentam erroneamente associar o frei Gilson ao “Bolsonarismo”. Segundo ele, a defesa de princípios como a família, liberdade, propriedade privada e pátria é uma questão que transcende partidos e ideologias, estando no cerne da fé e da doutrina cristã.
O frei Gilson, conhecido como Gilson da Silva Pupo Azevedo, é um sacerdote de 38 anos ligado à congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo. Nos últimos dias, ele se tornou um dos temas mais comentados nas redes sociais. O sacerdote tem realizado transmissões ao vivo durante as madrugadas para rezar com fiéis ao longo da Quaresma, um período de reflexão e penitência antes da Páscoa. No entanto, suas declarações controversas, como afirmar que as mulheres foram criadas para “curar a solidão do homem” ou sua crítica aos “erros da Rússia”, em referência ao comunismo, têm sido amplamente discutidas nas redes.
A polêmica em torno do frei Gilson intensificou-se após a publicação de um post do ex-presidente Jair Bolsonaro, no dia 9 de abril. De acordo com a consultoria Palver, que monitora a circulação de conteúdos em aplicativos de mensagens e redes sociais, o número de menções ao frei começou a crescer significativamente a partir do Dia Internacional da Mulher, com cinco menções a cada 100 mil mensagens. Dois dias depois, esse número cresceu para 55 menções a cada 100 mil. O apoio de políticos conservadores, como os deputados Nikolas Ferreira e Carlos Jordy, contribuiu para fortalecer o movimento em defesa do frei. Em resposta, parlamentares aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestaram.
Dados da consultoria Bites indicam que o post de Bolsonaro sobre frei Gilson gerou o maior número de menções na plataforma X. Esse aumento na atenção gerada pela polêmica resultou em um crescimento significativo para o religioso em suas redes sociais. Entre o Carnaval e o dia 13 de abril, frei Gilson ganhou 1,35 milhão de seguidores no Instagram, além de 710 mil novos inscritos no YouTube, aumentando seu total de 6,05 milhões para 6,75 milhões. No TikTok, ele também registrou um ganho de 180 mil seguidores, alcançando 856,6 mil. A CNN busca um contato com frei Gilson para que ele possa comentar sobre a situação, e oferece espaço para sua manifestação.
