O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, anunciou a realização de uma eleição antecipada marcada para o dia 28 de abril. Essa decisão ocorre em um contexto de intensas tensões com os Estados Unidos, especialmente em decorrência das ameaças do ex-presidente Donald Trump, que podem afetar o futuro econômico do Canadá. Carney afirmou que “estamos enfrentando a crise mais significativa de nossas vidas devido às ações comerciais injustificadas do presidente Trump e suas ameaças à nossa soberania”.
O premiê expressou críticas contundentes em relação às políticas comerciais do ex-presidente republicano, destacando que a intenção dele é desestabilizar o Canadá em benefício dos Estados Unidos. “Não vamos deixar isso acontecer. Já superamos o choque da traição, mas nunca esqueceremos as lições. Precisamos cuidar de nós mesmos. Precisamos cuidar uns dos outros”, ressaltou Carney.
Ao convocar eleições antes da reabertura do parlamento, agendada para 27 de março, Carney busca garantir um “mandato forte e positivo”, evitando um ambiente legislativo hostil, uma vez que ele não possui assento na Câmara dos Comuns. Desde a saída de Justin Trudeau, Carney, que assumiu a liderança do Partido Liberal, viu aumentar seu apoio, sendo considerado por muitos canadenses mais capacitado para lidar com a crise econômica e as ameaças de Trump em comparação ao líder conservador, Pierre Poilievre.
As pesquisas atuais indicam uma mudança significativa no cenário político. Os liberais estão liderando as intenções de voto, superando os conservadores, que até pouco tempo eram considerados os favoritos. Um possível triunfo dos liberais em abril seria visto como uma das maiores reviravoltas políticas na história do Canadá. Por outro lado, os conservadores enfrentam o desafio de reconectar-se com as expectativas dos canadenses, que buscam um líder capaz de enfrentar a incerteza provocada por ameaças externas.
Uma pesquisa realizada pela Angus Reid, com 4.009 entrevistados, revelou que os liberais possuem 42% de apoio, enquanto os conservadores alcançam 37%, com uma margem de erro de cerca de 1,5%. Além disso, uma pesquisa online da Leger, envolvendo 1.568 participantes para o National Post, também mostrou os liberais em 42% e os conservadores em 39%.