Durante a fase mais crítica das enchentes no Rio Grande do Sul, Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, recebeu uma ligação de um número desconhecido. Ao atender, teve a surpresa de reconhecer a voz do Papa Francisco, que buscava expressar sua solidariedade em relação à tragédia climática que afetava a região.
Após esse contato inicial, o arcebispo compartilhou que se encontrou pessoalmente com o Papa em diversas ocasiões, incluindo em fevereiro deste ano, momento em que foi nomeado cardeal. Ele relata que, em todas essas interações, a primeira pergunta do Papa sempre foi a mesma: “Como está indo o Rio Grande do Sul?”
Spengler relatou essa experiência durante uma coletiva de imprensa na Cúria Metropolitana de Porto Alegre. O cardeal informou que deve viajar a Roma para participar da escolha do novo papa.
Antes da abertura do conclave, ele revelou que vai participar dos atos fúnebres do Papa e se envolver em um período de reuniões com outros cardeais, o que pode se estender por vários dias. Spengler destacou que é prematuro especular sobre possíveis sucessores. Ele afirmou que conhece alguns potenciais candidatos por meio de encontros ocasionais e discussões teológicas, mas enfatizou a importância de escolher uma pessoa capaz de interpretar os sinais dos tempos e responder adequadamente aos desafios contemporâneos.
O cardeal também observou que, sob o papado de Francisco, o Colégio de Cardeais se tornou mais diverso e representativo, ressaltando a riqueza dessa diversidade. Antes de embarcar para Roma, Spengler presidiu uma missa na Catedral Metropolitana de Porto Alegre.
