O cardeal Giovanni Angelo Becciu, condenado à prisão por sua ligação a um escândalo de corrupção no Vaticano, declarou que pretende participar do Conclave, embora a Santa Sé o tenha excluído da lista de eleitores. Ele fez essas afirmações em entrevista ao jornal italiano L’Unione Sarda no dia 22. Becciu afirmou que o papa reconheceu que suas prerrogativas como cardeal permanecem válidas, argumentando que não houve uma manifestação explícita de sua exclusão do Conclave, nem um pedido formal para sua renúncia.
Becciu havia renunciado a seus direitos relacionados ao cardinalato em 2020, após ser alvo de uma investigação sobre irregularidades na aquisição de um imóvel de luxo em Londres. Na época, o papa Francisco solicitou a sua renúncia. Em dezembro de 2023, Becciu foi condenado pelo Tribunal do Vaticano a cinco anos e seis meses de prisão, além da inabilitação perpétua para assumir quaisquer cargos públicos, tendo sido julgado por peculato e abuso de poder. O cardeal recorreu da decisão e permanece em liberdade.
Antes de sua condenação, Becciu era uma das figuras mais influentes no Vaticano, tendo exercido a função de “sostituto” na Secretaria de Estado da Santa Sé, uma posição que equivale ao chefe de gabinete papal. Nessa função, ele tinha acesso direto ao papa, sem necessidade de agendamento, e detinha significativa autoridade dentro da estrutura governamental da Igreja.
