Carlos Lupi apresentou sua demissão do cargo de ministro da Previdência Social nesta sexta-feira, dia 2, em meio a um escândalo relacionado a descontos indevidos em aposentadorias do INSS. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por nomear Wolney Queiroz, atual secretário-executivo do ministério, como seu sucessor.
Lupi comunicou sua saída através de uma postagem em rede social, agradecendo ao presidente pela confiança recebida. Ele destacou que sua decisão foi tomada com a convicção de que seu nome não foi mencionado nas investigações em andamento.
A demissão de Lupi ocorre em meio ao desgaste político provocado pela operação da Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga descontos aplicados em folhas de pagamento de aposentados e pensionistas por entidades não autorizadas.
Embora Lupi não tenha sido diretamente implicado no escândalo, houve uma percepção no governo de que ele não agiu rapidamente o suficiente para resolver a situação, nem tomou medidas para substituir os dirigentes do INSS após o surgimento das investigações.
A responsabilidade pela demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, recaiu sobre Lula, e o caso continuou a impactar negativamente a imagem do governo. A oposição avaliou a possibilidade de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a questão.
Lupi assumiu a responsabilidade pela indicação do presidente do INSS e reconheceu a lentidão do ministério em responder às acusações de fraudes. Contudo, ele defendeu sua atuação, ressaltando que a operação da Polícia Federal teve início a partir de uma auditoria interna realizada pelo INSS durante seu mandato.
Em audiência na Câmara dos Deputados, Lupi mencionou que o governo estabeleceu, logo no início do terceiro mandato de Lula, uma força-tarefa para combater fraudes na Previdência. Essa iniciativa resultou em 268 casos investigados, 192 mandados de prisão e 701 mandados de busca e apreensão, com uma projeção de economia de R$1,1 bilhão para o INSS.
O Palácio do Planalto divulgou que a nomeação de Queiroz será formalizada em edição extra do Diário Oficial da União.
