A Casa Branca vedou o acesso de jornalistas da Reuters e de outros meios de comunicação à primeira reunião do gabinete do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorrida nesta quarta-feira (26). O acesso foi negado a um fotógrafo da Associated Press e a três repórteres da Reuters, além de jornalistas do HuffPost e do jornal alemão Der Tagesspiegel. Entretanto, equipes de emissoras de televisão como ABC e Newsmax, assim como jornalistas de Axios, Blaze, Bloomberg News e NRP, conseguiram cobrir o evento. Na terça-feira (25), o governo Trump anunciou que a Casa Branca decidirá quais veículos de comunicação poderão acompanhar o presidente em ambientes menores, incluindo o Salão Oval.
A Associação dos Correspondentes da Casa Branca historicamente coordenava a rotações dos jornalistas que cobrem a Presidência. A Reuters, uma agência de notícias de abrangência internacional, faz parte deste grupo há décadas. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karolina Leavitt, afirmou que organizações de mídia tradicionais ainda poderão cobrir as atividades diárias do presidente, mas mudanças estão previstas para quem será selecionado para os espaços mais restritos.
O sistema de pool, administrado pela Associação de Correspondentes, permitia que jornalistas de diferentes áreas, incluindo televisão, rádio e mídia impressa, cobrissem eventos e compartilhassem suas reportagens com outros veículos. Em resposta a esta nova política da Casa Branca, AP, Bloomberg e Reuters, três agências que costumavam ter acesso permanente ao grupo de jornalistas, emitiram um comunicado conjunto nesta quarta-feira (26). Segundo o comunicado, as três organizações trabalham há muitos anos para garantir o acesso a informações precisas, justas e pontuais sobre a Presidência para um público amplo, independente de suas convicções políticas, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior.
O texto ressalta que grande parte da cobertura da Casa Branca disponível nos meios de comunicação ao redor do mundo provém dessas agências. As organizações afirmaram que o acesso do público a informações sobre seu governo é essencial em uma democracia e deve ser mediado por uma imprensa livre e independente. O HuffPost classificou a decisão da Casa Branca como uma violação do direito à liberdade de imprensa, garantido pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA. O Der Tagesspiegel não se manifestou imediatamente sobre o assunto.
Além disso, a Associação dos Correspondentes lançou uma declaração na terça-feira, expressando seu descontentamento com a nova política da Casa Branca, que foi implementada após a decisão do governo Trump de excluir a Associated Press do pool, devido à recusa da agência em se referir ao Golfo do México como Golfo da América, a nomenclatura adotada pelo presidente, e modificar seu manual de redação para refletir essa mudança.
