O Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul emitiu um veredicto de condenação contra dois indivíduos envolvidos no homicídio de um casal ocorrido em 2009. As sentenças impostas superam 30 anos de reclusão em regime fechado. O crime estava relacionado a uma disputa pelo controle de um grupo neonazista.
As penas foram estabelecidas em 35 anos, 2 meses e 15 dias para um dos réus, enquanto o outro foi condenado a 32 anos, 3 meses e 15 dias. No caso do réu que recebeu a pena mais longa, foram reconhecidas as qualificadoras de motivo torpe e surpresa, enquanto o segundo réu teve apenas a qualificadora de surpresa aplicada. Durante a sessão, um dos condenados iniciou imediatamente o cumprimento da pena, sem a possibilidade de recorrer em liberdade. O segundo réu, que não esteve presente, teve um mandado de prisão emitido. O Ministério Público do Paraná está considerando um recurso em relação aos outros dois acusados que não foram condenados.
Os crimes em questão ocorreram na sequência de uma festividade em uma chácara em Campina Grande do Sul, celebrando o aniversário de Adolf Hitler. De acordo com a denúncia do Ministério Público, os réus atuaram de forma conjunta e coordenada, sob a orientação de um terceiro indivíduo, que será julgado em maio do ano corrente. Os acusados supostamente obrigaram as vítimas a deixar o local da festa. Na rodovia BR-116, o veículo em que o casal estava foi bloqueado por outro carro dirigido por um dos réus. Dois dos acusados, usando capuzes, dispararam contra as vítimas, que morreram no local.
A denúncia, apresentada pelo Ministério Público em maio de 2009, identificou cinco executores e um mandante. Um dos executores faleceu durante o andamento do processo. O mandante, que reside em São Paulo, também será julgado em maio deste ano. O caso enfrentou múltiplos adiamentos ao longo de quase 16 anos de tramitação judicial.
