29 abril 2025
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Causas do Apagão em Portugal e Espanha: Entenda os Fatores Por Trás do Problema.

Uma queda significativa de energia ocorreu na segunda-feira (28), afetando partes da Espanha e de Portugal, resultando em semáforos desligados e tumultos em aeroportos, estações de trem e rodovias. A origem deste evento ainda está sob investigação e as principais teorias estão sendo analisadas.

A operadora de rede elétrica espanhola, Red Eléctrica, afastou a possibilidade de um ataque cibernético, mas o Tribunal Superior da Espanha anunciou a abertura de uma investigação para determinar as causas do incidente. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, declarou que, embora a Red Eléctrica tenha excluído a hipótese de ataque, isso não implica que tal ocorrência possa ser descartada completamente.

A Red Eléctrica reportou a identificação de dois episódios de perda de geração de energia, possivelmente originados de usinas solares no sudoeste da Espanha. Esses eventos causaram instabilidade na rede elétrica e resultaram na interrupção da interconexão com a França. No momento do apagão, a Espanha estava exportando energia para a França e Portugal, com as exportações para a França atingindo quase a capacidade líquida disponível ao meio-dia. Segundo dados, as exportações foram interrompidas às 12h35, reduzindo-se de 868 MW.

A União Europeia iniciou uma investigação ampla sobre os cortes de energia que afetaram a Espanha e Portugal na mesma data. A rede elétrica da Espanha está interligada com as de França, Portugal, Marrocos e Andorra.

Cortes de energia não planejados são frequentemente causados por condições climáticas severas, como tempestades e ventos intensos. Contudo, as condições meteorológicas no dia do incidente eram favoráveis. Outras possíveis causas incluem falhas em usinas, linhas de distribuição ou subestações.

O fluxo de eletricidade na Europa segue a uma frequência de 50 Hertz (Hz) para garantir a estabilidade da rede. Se essa frequência oscilar, os sistemas de backup podem desconectar fontes de geração para proteger equipamentos.

A matriz energética da Espanha é uma das mais diversificadas da Europa, com 43% de produção renovável, incluindo energia eólica e solar. Durante o apagão, a energia solar representava 59% da eletricidade nacional, com a energia eólica e nuclear contribuindo com cerca de 12% e 11% respectivamente.

Entre 12h30 e 12h35, a geração de energia solar fotovoltaica caiu abruptamente mais de 50%, de mais de 18 GW para 8 GW, sendo a causa ainda desconhecida.

Antes da interrupção, especialistas notaram que a rede elétrica espanhola operava com baixa inércia, uma condição crítica que permite compensar mudanças rápidas na oferta e na demanda. A energia solar, por sua natureza, oferece pouca massa rotativa à rede.

No que se refere ao processo de restauração, o “black start” consiste na reinicialização gradual de usinas elétricas e sua reconexão à rede. Durante a recuperação, a Espanha aumentou a operação de usinas a gás e hidrelétricas e intensificou as importações de energia da França e do Marrocos.

O colapso trouxe à tona discussões sobre a vulnerabilidade dos sistemas elétricos devido à volatilidade das fontes de energia renovável. O primeiro-ministro defendeu que não havia excesso de energia renovável no momento do apagão, enfatizando que a demanda era relativamente baixa. O comissário da UE destacou que a causa do apagão não pode ser atribuída a uma única fonte de energia.

Ainda assim, o rápido crescimento das energias renováveis na Europa criou situações em que a oferta excedeu a demanda, levando a preços negativos em algumas ocasiões. Analistas preveem um aumento na frequência de preços negativos na Espanha e Portugal até 2025 devido à expansão de parques solares.

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