A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados iniciou, nesta quinta-feira (24), a análise do recurso interposto pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) em contestação à cassação de seu mandato. O relator designado para o caso na comissão é o deputado Alex Manente (Cidadania-SP), que até o final da quarta-feira (23) não havia disponibilizado seu parecer sobre o assunto. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), declarou na tarde de quarta-feira que pretende solicitar um pedido de vista, que consiste em mais tempo para a análise do relatório, caso o parecer opte pela manutenção da cassação de Glauber.
O relatório do deputado Alex Manente examinará o recurso apresentado por Glauber em relação à decisão de cassação. O deputado tem um prazo de 60 dias para apresentar sua defesa diante da possível cassação. Em coletiva de imprensa realizada na terça-feira (22), Glauber revelou sua disposição para estabelecer diálogo com todos os membros da CCJ, buscando sensibilizá-los em relação ao seu caso. Na mesma data, a bancada do PSOL se reuniu com o presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA), além de um grupo de juristas, para discutir a questão.
Se a CCJ decidir rejeitar o recurso, o processo será encaminhado para a análise do plenário, onde será necessário obter ao menos 257 votos a favor para que a cassação seja efetivada. No início do mês, Glauber Braga manteve uma greve de fome que durou nove dias, em protesto contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que aprovou um parecer recomendando a cassação do seu mandato. De acordo com informações do PSOL, durante esse período, o deputado perdeu cinco quilos. Ele foi acusado de agredir e expulsar um membro do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso Nacional em meio a um desentendimento que ocorreu em 2024, tendo sido registrado que o parlamentar chutou o indivíduo durante a confusão.
