Cerca de cem pessoas participaram de um protesto na escadaria da Biblioteca Widener da Universidade Harvard no dia 17 de agosto. Os manifestantes utilizaram cartazes com mensagens contra o ex-presidente Trump e ouviram diversos oradores que enfatizavam a necessidade da universidade resistir às pressões governamentais. Um estudante de 20 anos, Ezekiel Wells, relatou que ele e seus colegas passaram cerca de dez horas sem dormir para organizar a manifestação, motivados pela ameaça do governo de Trump de proibir a matrícula de estudantes internacionais na instituição.
Wells expressou que o objetivo da manifestação era demonstrar a união da comunidade acadêmica, destacando que não cederiam às exigências de compartilhar informações sobre estudantes internacionais que poderiam resultar em revogação de vistos e deportações. Ele afirmou: “Vamos nos unir como universidade, como Harvard, dizendo que não estamos fazendo nada por vocês e que vamos apoiar a liberdade.”
A entrada da imprensa foi negada pela universidade para cobrir o evento, e as entrevistas e filmagens ocorreram em espaços públicos nas proximidades. Em comunicado, o Departamento de Segurança Interna dos EUA informou que a Harvard perderia o direito de matricular estudantes estrangeiros se não atendesse às exigências do governo Trump relacionadas ao compartilhamento de informações de portadores de visto.
Além disso, a secretária do DHS, Kristi Noem, anunciou o cancelamento de mais de US$ 2,7 milhões em bolsas da agência para a universidade. Um artista presente no protesto, conhecido como “Mad King Drumpf”, comentou sobre a situação, ressaltando a dificuldade enfrentada, mas elogiando a Harvard por suas ações.
No fim do mês anterior, foi informado que o governo Trump estava revisando contratos e subsídios federais que totalizavam nove bilhões de dólares. A administração também impôs solicitações de restrições, como a proibição do uso de máscaras e a remoção de programas de diversidade que deveriam ser fortes para que a universidade mantivesse o recebimento de fundos federais. Harvard rejeitou, em 14 de agosto, várias dessas exigências, as quais considerou um ataque ao seu controle administrativo, resultando em um congelamento de US$ 2,3 bilhões em financiamento por parte do governo.