O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, expressou na quarta-feira, 12, a expectativa de que um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia possa ser estabelecido em um prazo de “dias”. Essa expectativa surge em meio a um encontro do G7, onde diplomatas estarão focados em discutir soluções para o conflito em andamento. No entanto, a Rússia ainda não confirmou oficialmente os termos de um possível acordo proposto entre Washington e Kiev, reiterando suas exigências.
Durante uma coletiva de imprensa, Rubio vocalizou o desejo de que a situação se desloque para um cenário em que “nenhum dos dois lados atire contra o outro — sem foguetes, sem mísseis, sem balas, sem nada”. Ele enfatizou que, para que as negociações se iniciassem, seria necessário que os conflitos cessassem.
Rubio também mencionou que as autoridades dos EUA planejam entrar em contato com representantes russos. Afirmou que, caso a resposta da Rússia seja negativa, isso deixaria claro suas intenções em relação à proposta de cessar-fogo. Após reuniões que duraram mais de oito horas com autoridades ucranianas em Jeddah, foi relatar que, uma vez que Kiev aceitasse a proposta, os EUA levariam a oferta de uma trégua “imediata” de 30 dias à Rússia. O comunicado conjunto indicou que tanto Kiev quanto Washington tomaram passos significativos rumo à restauração de uma paz duradoura na Ucrânia, concordando em iniciar imediatamente negociações para garantir a segurança a longo prazo do país.
O Kremlin, por sua vez, se mostrou cauteloso em relação à proposta de trégua apresentada pelos Estados Unidos, destacando a necessidade de conhecer todos os detalhes antes de emitir uma opinião. O presidente Putin previamente rejeitou a ideia de uma pausa temporária nas hostilidades, argumentando que isso beneficiaria a Ucrânia e seus aliados ocidentais, permitindo-lhes reabastecer seus arsenais. Ele defendeu a busca por um acordo abrangente que assegure um fim duradouro ao conflito.
Os objetivos fundamentais de Putin permaneceram inalterados desde o início da invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. Esses objetivos incluem a imposição de restrições à adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma redução significativa de seu exército e a proteção da língua e cultura russas para manter influência sobre o país. Além disso, ele exige a retirada completa das forças ucranianas das quatro regiões que a Rússia pretende anexar, o que representa cerca de 20% do território ucraniano.
As autoridades russas também sinalizaram que qualquer acordo de paz deve prever o descongelamento de ativos russos mantidos em bancos na Europa e nos Estados Unidos, além do levantamento das sanções ocidentais. Já havia indícios de que o governo Trump consideraria propostas de alívio às restrições econômicas impostas ao país.
As posições de Putin em relação a uma trégua temporária indicam que a Rússia “provavelmente não aceitará um cessar-fogo sem obter várias concessões”, segundo análise feita por especialistas. Observa-se que Moscou acredita que, caso o processo de negociação avance, as condições finais tendem a ser mais favoráveis aos seus interesses, especialmente se as discussões forem mediadas por Washington.
