14 abril 2025
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China acusa EUA de chantagem e promete resistência total

Enquanto diversas nações tentam formalizar acordos tarifários com os Estados Unidos, a China está adotando uma postura firme, buscando transformar a atual crise em uma oportunidade. O Ministério do Comércio da China anunciou contramedidas resolutas para proteger os seus direitos e interesses, em resposta às tarifas ameaçadas pelos EUA. A declaração enfatiza que a China não aceitará esse tipo de chantagem e está disposta a lutar até o fim, caso os Estados Unidos persistam em suas ações.

O impacto da insegurança e da incerteza em torno das tarifas afetou os mercados financeiros, conforme apontaram especialistas. No entanto, após a queda inicial, as bolsas na Ásia mostraram sinais de recuperação. A retaliação da China foi imediata, com a imposição de tarifas punitivas sobre produtos e empresas americanas. A mensagem que o governo chinês quer passar é clara: a China está pronta para enfrentar uma guerra comercial e sair fortalecida desse conflito.

A postura do governo chinês, transmitida durante o fim de semana, reitera que, apesar dos danos que as tarifas norte-americanas possam causar, o país não será devastado. Um editorial do Diário do Povo, órgão do Partido Comunista, destacou a resiliência da economia chinesa e seu progresso contínuo desde o início da primeira guerra comercial em 2017. Essa declaração refletiu uma confiança de que a China pode superar a pressão externa.

Donald Trump, por outro lado, expressou insatisfação com a resposta da China e ameaçou aumentar significativamente as tarifas a partir de 50% sobre as importações chinesas, caso o país não removesse suas tarifas retaliatórias. Ele também anunciou a suspensão de reuniões previamente agendadas entre representantes da China e dos EUA.

Na quarta-feira, Trump revelou uma nova tarifa de 34% sobre todos os produtos chineses importados, elevando a carga tributária para mais de 54%. Em resposta, Pequim implementou uma tarifa de 34% sobre importações dos EUA e introduziu outras medidas como controles de exportação de minerais raros. As críticas da China às tarifas americanas como forma de “intimidação” já eram comuns, mas a nova retórica pode ter o objetivo de manter a confiança interna e externa, além de destacar uma possível interpretação estratégica dos líderes chineses, que acreditam que a linha dura de Trump prejudica mais os Estados Unidos do que a China.

Enquanto analistas discutem o impacto global da guerra tarifária, Pequim tem tentado se afirmar como uma defensora da economia global e um parceiro econômico estável. Recentemente, o Ministério das Relações Exteriores da China reafirmou seu compromisso com uma economia aberta, independentemente das pressões externas. O vice-ministro do Comércio recebeu representantes de empresas americanas e destacou que a China é um local promissor para investimentos. Especialistas também indicaram que a situação atual pode ser uma oportunidade para a China demonstrar força frente às intimidações dos EUA.

Entretanto, países parceiros da China podem considerar a situação com cautela, dada a possibilidade de impactos negativos causados pelas tarifas. A relação com esses países poderá ser afetada, especialmente se as tarifas americanas se tornarem uma nova norma. Recentemente, a China manteve negociações econômicas com Japão e Coreia do Sul, que já enfrentaram tarifas pesadas, além de dialogar com a União Europeia, que também sofria com taxas elevadas.

A complexidade da dinâmica atual se intensifica à medida que as nações do Sudeste Asiático, que são importantes polos de fabricação, enfrentam desafios devido à guerra comercial. Embora muitos países evitem criticar publicamente os EUA, a inquietação na região é palpável. Em uma declaração, o primeiro-ministro de Cingapura apontou que o recente anúncio por parte dos EUA representa uma mudança significativa na ordem global, sinalizando o fim de uma era de globalização baseada em regras.

Internamente, a China se prepara para as consequências econômicas e possíveis escaladas adicionais no conflito. Em 2022, o comércio entre os EUA e a China alcançou cerca de meio trilhão de dólares. Com tarifas em vigor, a China se vê diante de um cenário onde precisará fortalecer o consumo interno. Recentemente, as autoridades chinesas anunciaram políticas para estimular o consumo e acelerar a recuperação econômica.

Os analistas de mercado já preveem que as novas tarifas poderão impactar o PIB da China em até 0,7 pontos percentuais, levando os formuladores a considerar medidas de flexibilização. No entanto, a rapidez e intensidade da retaliação da China também aumentam o risco de intensificação dos conflitos tarifários, colocando em dúvida como as duas economias podem encontrar uma solução.

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