Vários países ao redor do mundo suspenderam a importação de aves provenientes do Brasil. O governo da China, em particular, decidiu não apenas proibir a entrada de aves brasileiras, mas também de todos os produtos que contenham derivados de aves. Conforme comunicado da Alfândega da China, qualquer produto interceptado tentando entrar no país será devolvido ou destruído. Além disso, os produtos de origem animal e vegetal provenientes do Brasil deverão passar por inspeções rigorosas, e sua destinação não poderá ser feita sem autorização oficial.
No dia 16 de maio, o Ministério da Agricultura do Brasil confirmou a ocorrência de um caso de gripe aviária em uma granja localizada no Rio Grande do Sul. Esta doença, embora não contagiosa entre humanos, apresenta uma taxa de letalidade extremamente elevada em caso de infecção. O chefe do Ministério, Carlos Fávaro, declarou que, se as medidas sanitárias forem eficazes, o Brasil poderá estar livre da doença em até 28 dias após a detecção inicial.
Apesar da rápida resposta governamental, os impactos econômicos começaram a surgir. Em poucos dias, mais de sessenta países anunciaram a suspensão das importações de frango brasileiro, o que é significativo, visto que o Brasil é um dos maiores produtores e o principal exportador mundial de frangos. Este é o primeiro registro do vírus H5N1 em granjas brasileiras.
Recentemente, Fávaro foi convocado a comparecer perante a Comissão de Agricultura do Senado para explicar as medidas adotadas pelo governo para conter a disseminação da gripe aviária. Com mais de um terço da produção de frango brasileira destinada à exportação, há grande apreensão no mercado em relação aos possíveis prejuízos que essa situação pode acarretar.
Além do caso confirmado em Montenegro, no Rio Grande do Sul, outras suspeitas foram relatadas em estados como Santa Catarina, Ceará, Tocantins e Pará. O prazo de 28 dias mencionado por Fávaro para o controle da doença só será cumprido caso essas novas suspeitas não se concretizem.