De acordo com um relatório controverso de um think tank dos Estados Unidos, a China não se encontra preparada para a guerra. O estudo sugere que a principal motivação para a modernização militar do Partido Comunista no poder é a manutenção do controle, e não a luta contra adversários externos. Sob a liderança de Xi Jinping, Pequim tem promovido um notável aumento das capacidades militares, com o Exército de Libertação Popular (ELP) agora rivalizando, e em algumas áreas superando, as forças armadas dos EUA, conforme apontado por analistas do setor.
Simulações realizadas por especialistas em defesa dos Estados Unidos têm demonstrado que, apesar de serem considerados os militares mais poderosos do mundo, os EUA enfrentam dificuldades para igualar o ELP em conflitos próximos às costas da China, especialmente em relação a Taiwan, que é reivindicada por Pequim. Recentemente, um relatório da RAND Corp., com sede em Washington, apresentou a ideia de que, apesar do impressionante crescimento militar, fatores políticos, principalmente o desejo do Partido Comunista de controlar tanto os militares quanto a sociedade, podem comprometer a eficácia do ELP em um confronto, especialmente contra um adversário como os Estados Unidos.
O especialista Timothy Heath, da RAND, destaca que o ELP tem como foco primordial a manutenção do governo do Partido Comunista Chinês, dificultando sua preparação para um conflito militar. O relatório intitulado “A prontidão duvidosa do Exército chinês para o combate” argumenta que as melhorias nas capacidades militares da China estão, em última instância, voltadas para reforçar a credibilidade do PCC, o que torna a guerra menos provável.
Heath menciona que um exemplo de como as considerações políticas interferem na eficiência militar está no tempo de treinamento do ELP, no qual até 40% é dedicado a questões políticas. Essa alocação de tempo, que poderia ser utilizada no desenvolvimento de habilidades essenciais para operações de combate, levanta questionamentos sobre o quanto o ELP está realmente preparado para a guerra moderna.
Além disso, a estrutura de comando das unidades do ELP é composta não apenas por oficiais militares, mas também por comissários políticos, que se concentram na lealdade ao partido, ao invés da eficácia em combate. Esse sistema de comando fragmentado pode prejudicar a capacidade dos líderes de responder de maneira flexível e rápida a situações inesperadas. O relatório conclui que uma guerra convencional entre os Estados Unidos e a China é uma eventualidade remota, e recomenda que os planejadores do Pentágono considerem uma gama maior de ameaças chinesas além de mísseis e armamentos.