26 abril 2025
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China está prestes a dominar o mercado global de chips de baixo custo, aponta Kinea

O lançamento de uma nova versão do Deepseek, que se aproxima dos padrões ocidentais de inteligência artificial, destaca o avanço tecnológico na China. Esse desenvolvimento ocorre em um cenário competitivo entre os Estados Unidos e a China, centrado no setor de chips. De acordo com uma análise de uma gestora que possui R$ 130 bilhões em ativos, o país que liderar a indústria de semicondutores terá vantagens significativas em termos econômicos e geopolíticos.

A gestora ressalta que o setor de chips é fundamental para definir o futuro nas próximas décadas, considerando que a inteligência artificial se tornou a nova força propulsora da economia global. No passado, o controle sobre recursos energéticos moldava o futuro de uma nação, enquanto agora a inteligência artificial assume esse papel. Tanto a China quanto os Estados Unidos buscam minimizar a dependência mútua, reforçando a tensão existente entre as duas potências.

Recentemente, o ex-presidente Donald Trump impôs novas restrições à venda de chips H20 da Nvidia para a China, um modelo que, apesar de não ser o mais avançado, foi essencial para a criação do Deepseek. Essas medidas refletem os esforços dos EUA em conter o avanço tecnológico da China, embora análises indiquem que a China está em processo de se tornar autossuficiente na produção de chips. Estima-se que, em três anos, o país possa dominar a fabricação em larga escala de chips superiores a 14 nanômetros.

Atualmente, esses chips, embora não sejam os mais avançados disponíveis, representam uma parcela significativa do mercado de semicondutores, com cerca de 40% da produção total. Eles são vitais para diversas indústrias, especialmente a automotiva, devido à sua menor complexidade e à utilização de tecnologias mais antigas, mas ainda relevantes.

A principal empresa chinesa no setor é a SMIC, que controla 11% do mercado de chips menos avançados. O crescimento da SMIC representa uma ameaça para concorrentes como Samsung e GlobalFoundries. O apoio do governo chinês à SMIC é significativo, tendo investido, desde 2014, um total de US$ 90 bilhões no setor de semicondutores por meio de fundos estatais.

O aumento da participação da China nas compras de matérias-primas para a fabricação de chips também é notável. Nos últimos anos, o país se tornou um dos maiores compradores, passando de uma participação tradicional de 15% a 20% para 30% a 40% do total de equipamentos necessários.

Esse movimento é comparado ao que ocorreu em outras áreas, onde a China, embora não tenha sido a primeira a inovar, acabou dominando o mercado, como em veículos elétricos e painéis solares. A análise observou que, apesar das oportunidades no setor de chips na China, a atual disputa tarifária com os Estados Unidos dificulta investimentos na região.

Embora se espere que a China ganhe espaço no mercado de chips, ainda existe uma defasagem de cerca de cinco anos em relação aos chips mais modernos da Nvidia, que utilizam tecnologia de 3 e 4 nanômetros. Essa diferença tecnológica pode garantir uma vantagem para as empresas americanas no médio prazo.

A gestora, que mantém posições em ações da Nvidia e da TSMC, destaca que, enquanto a China avança na produção de chips, a Nvidia continua lançando novas tecnologias anualmente. A possibilidade de a China alcançar a liderança em chips no futuro não está descartada, mas, segundo a análise, isso não deve ocorrer em um horizonte próximo.

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