As novas tarifas de 50% se acrescentariam aos 20% que foram implementados em março e aos 34% anunciados recentemente, totalizando 104% de tarifas sobre produtos chineses.
Essas tarifas, anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, têm provocado uma queda significativa nos mercados globais, afetando particularmente a bolsa de Tóquio, que registrou uma baixa superior a 3%. Além disso, os mercados europeus também abriram o dia em queda, com perdas superiores a 2% nos principais índices do Reino Unido, Alemanha, França e Países Baixos. Em contrapartida, os mercados chineses apresentaram uma estabilidade em suas operações.
A China declarou que “lutará até o fim” e acusou os Estados Unidos de adotar práticas de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica em decorrência da imposição de tarifas adicionais. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China destacou que a postura dos Estados Unidos, ao priorizar seus próprios interesses em detrimento das regras internacionais, prejudica tanto a estabilidade da produção global como a cadeia de suprimentos, além de ameaçar a recuperação econômica mundial.
Pequim é a principal afetada pelo ressurgente protecionismo do governo americano. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova tarifa de 34% sobre produtos provenientes da China, como parte de sua visão de “Dia da Libertação para a América”. Essa medida se soma a outras rodadas de tarifas de 10% implementadas anteriormente, que, segundo Trump, visam responsabilizar a China pela crise do fentanil.
Como resposta a essa nova tarifa, o Ministério das Finanças da China informou que iniciaria a aplicação de tarifas adicionais sobre todos os produtos americanos a partir do dia 10 de abril. O Ministério do Comércio também divulgou um conjunto de novas restrições nas exportações de metais críticos encontrados em terras raras para os Estados Unidos, incluindo elementos como samário, gadolínio e térbio, com efeito imediato.
Além disso, Pequim incluiu onze empresas americanas na lista de “entidades não confiáveis”, permitindo que tome medidas punitivas, como restrições nas relações comerciais com empresas chinesas. Recentemente, autoridades chinesas se reuniram com representantes de aproximadamente 20 empresas dos Estados Unidos, entre elas Tesla e GE Healthcare. Durante o encontro, o vice-ministro do Comércio, Ling Ji, afirmou que “a raiz do problema das tarifas está nos Estados Unidos.”
Ling também expressou a expectativa de que as empresas americanas ajam de forma responsável e colaborem para a estabilidade da cadeia de suprimentos global. Não está claro se o presidente Xi Jinping irá se encontrar com Trump para discutir possíveis soluções. Ao ser questionado sobre essa possibilidade, o porta-voz Lin afirmou que o assunto deve ser tratado por outros setores do governo. Ele ressaltou que “pressões e ameaças não são o caminho certo para lidar com a China” e assegurou que o país defenderá rigorosamente seus direitos e interesses legítimos.