O Ministério das Relações Exteriores da China comunicou nesta sexta-feira, 11, que o país não se submeterá à pressão dos Estados Unidos, que impuseram tarifas a produtos chineses que, no total, alcançam 145%. Em um post na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, a pasta sublinhou que o governo dos EUA deve cessar suas ações imprevisíveis e destrutivas se desejar estabelecer um diálogo com Pequim. De acordo com informações veiculadas pela CNN, o presidente americano, Donald Trump, não demonstrou disposição para iniciar as negociações e aguarda que o presidente chinês, Xi Jinping, tome a iniciativa.
O agravamento da guerra comercial levou a Comissão Tarifária do governo chinês a afirmar em comunicado que ignorará quaisquer novas tarifas que forem anunciadas por Washington. Além disso, o primeiro-ministro da China, Li Qiang, fez críticas contundentes ao apontar que as tarifas recíprocas impostas pelos EUA prejudicaram gravemente a ordem econômica e comercial internacional, gerando impactos negativos significativos.
Por outro lado, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, ressaltou que Trump expressou claramente sua disposição para negociar com a China. Apesar do tom conciliador, Leavitt também anunciou que, caso a China continue retaliando, as consequências não serão favoráveis para o país asiático.
Atualmente, o premiê Li está acompanhando Xi Jinping em uma visita à Espanha. Durante uma reunião com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o líder chinês abordou as tarifas impostas por Trump, enfatizando a necessidade de os países manterem a tendência de globalização econômica e criarem um ambiente comercial internacional estável, além de se unirem contra o unilateralismo e a intimidação.
Xi destacou que a China e a União Europeia não devem apenas proteger seus próprios direitos e interesses legítimos, mas também promover a justiça e a equidade internacionais, assim como as regras que regem a ordem internacional. Ele ressaltou que “não há vencedores” em uma guerra comercial, e, em resposta, Sánchez fez um apelo para que Pequim e Washington iniciem um diálogo que permita pacificar a situação, além de solicitar uma relação mais equilibrada entre a China e os países da UE.
Nesta sexta-feira, a China anunciou um aumento nas tarifas sobre produtos dos Estados Unidos, elevando-as de 84% para 125%. Enquanto Trump suspendeu tarifas recíprocas sobre todos os países por um período de 90 dias, as taxas sobre a China foram elevadas. Na quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou satisfação com essa decisão, ao mesmo tempo que anunciou uma pausa nas tarifas planejadas contra os EUA, que afetariam aproximadamente 23,2 bilhões de dólares em produtos americanos.