14 abril 2025
HomeInternacionalChina restringe postagens sobre tarifas de Trump nas redes sociais

China restringe postagens sobre tarifas de Trump nas redes sociais

A China iniciou a censura de certos conteúdos relacionados a tarifas nas redes sociais nesta quarta-feira, em resposta à implementação das tarifas “recíprocas” dos Estados Unidos, que incluem uma taxação de 104% sobre produtos chineses. Publicações criticas aos EUA se tornaram as mais populares entre os internautas. A plataforma Weibo bloqueou a maioria das buscas e hashtags relacionadas a “tarifa” ou “104”, exibindo mensagens de erro às tentativas de acesso.

O secretário do Tesouro dos EUA qualificou como lamentável a escalada comercial da China, enquanto o país também anunciou que adotará tarifas retaliatórias de 84% sobre produtos americanos. Além disso, hashtags que sugerem escassez de ovos nos Estados Unidos têm gerado alta visibilidade no Weibo. A emissora estatal CCTV criou uma hashtag sobre a “escassez de ovos e produtos agrícolas nos EUA”, abordando a imposição das tarifas como uma medida provocativa, ao mesmo tempo que sugere que os Estados Unidos estão buscando ovos de outros países.

A censura da China alcançou também a plataforma WeChat, onde diversas publicações de empresas locais que destacavam os efeitos adversos das tarifas impostas por Trump foram removidas. As postagens censuradas foram identificadas com um aviso de que o “conteúdo era suspeito de violar legislações e políticas pertinentes”. O governo de Pequim declarou suas próprias tarifas contra os EUA, destacando que resistirá ao que considera chantagem. Ao mesmo tempo, comentários sarcásticos sobre os Estados Unidos estão circulando nas redes sociais na China, retratando o país como um parceiro comercial irresponsável, enquanto se prepara para uma disputa comercial mais intensa.

O controle da internet na China é exercido por meio de um sistema conhecido como “Grande Firewall”, que permite a censura de conteúdos que são considerados prejudiciais aos interesses do país. Redes sociais de origem estrangeira, como Instagram e X, são bloqueadas, criando um mercado para plataformas locais. Um advogado de Pequim afirmou que a participação da China nas exportações para os EUA poderia ser rapidamente assumida por países como Vietnã e Índia, o que resultaria na perda de oportunidades de exportação para as empresas chinesas. Com a pressão econômica americana, o advogado afirmou que a China não teria alternativa senão “lutar até o fim”. Ele observou que, se a China também aumentasse as tarifas para 104%, os preços dos produtos americanos, como os da Apple e Tesla, aumentariam, impactando os consumidores chineses.

Na segunda-feira, as ações na China caíram drasticamente, com o Índice Composto de Xangai caindo 7%, marcando o pior desempenho em cinco anos. No entanto, as ações se recuperaram na quarta-feira, impulsionadas por promessas de apoio do governo aos mercados locais. Um analista proeminente criticou a equipe de Trump, afirmando que suas ações são desproporcionais e contra as normas globais, prevendo que suas tarifas serão lembradas como um erro vergonhoso pelas gerações futuras.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!