19 abril 2025
HomeInternacionalChina solicita que Trump cesse ameaças e chantagens durante conflito comercial

China solicita que Trump cesse ameaças e chantagens durante conflito comercial

Desde sua posse na Casa Branca em janeiro, o governo americano tem implementado tarifas adicionais de 145% sobre diversos produtos importados da China, acumulando-se às tarifas já estabelecidas por administrações anteriores, totalizando um percentual que pode alcançar 245%. Essa estratégia de aumento tarifário faz parte de uma guerra comercial que envolve tanto aliados quanto rivais, com a China sendo uma das principais afetadas.

Em resposta a essa situação, o governo da China fez um apelo aos Estados Unidos, solicitando que cessem as “ameaças e chantagens”. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que, embora o país não deseje um confronto, não hesitará em defender seus interesses. Ele ressaltou que para uma resolução pacífica mediante diálogo, os Estados Unidos devem negociar em condições de igualdade e respeito mútuo.

As tarifas implementadas pelos Estados Unidos sob a administração atual incluem uma imposição inicial de 20%, apontando para o suposto envolvimento da China no tráfico de fentanil, seguidas de um acréscimo de 125% com o objetivo declarado de corrigir desequilíbrios comerciais. Apesar disso, o governo americano recentemente isentou alguns produtos, como computadores e semicondutores, que são amplamente produzidos na China, o que sugere um movimento em direção à distensão.

Especialistas, como Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, alertam que a incerteza gerada por essas tarifas pode ter impactos significativos sobre as economias mais vulneráveis. As previsões da OMC indicam que o volume do comércio mundial poderia cair até 1,5% em 2025 devido a estas políticas. Além disso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, destacou que essas tarifas podem provocar uma alta temporária da inflação nos Estados Unidos, com a possibilidade de que esses efeitos sejam duradouros.

Na bolsa de valores em Nova York, as ações caíram acentuadamente, principalmente em função da guerra comercial. As empresas de tecnologia, como a Nvidia, enfrentaram quedas significativas, refletindo a preocupação com as implicações das tarifas. A empresa Shein anunciou um aumento de preços para seus produtos, citando mudanças nas regras de comércio global como a razão.

A nova rodada de tarifas focou em minerais e eletrônicos, provocando reações nas bolsas de valores ao redor do mundo. Enquanto o índice FTSE 100 na Europa subiu, outras principais bolsas, como a de Tóquio e Hong Kong, fecharam em queda. O governo americano delegou à China a responsabilidade de liderar esforços para reduzir as tensões, com a expectativa de que um acordo seja alcançado.

Apesar das tensões comerciais, a economia da China registrou um crescimento de 5,4% no primeiro trimestre, número que ainda não reflete os efeitos da guerra tarifária. Um representante do Escritório Nacional de Estatísticas da China reconheceu que há pressão sobre a economia, mas expressou confiança na capacidade do país de enfrentar os desafios.

Além do aumento das tarifas, a China tomou medidas de retaliação, como a suspensão das importações de aviões da Boeing e a não renovação das licenças para exportadores de carne bovina dos Estados Unidos. Isso demonstra um impacto direto das tensões comerciais sobre o setor agrícola.

No que se refere a negociações, a abordagem de Trump foi mais flexível com outros países, permitindo um período de negociação de 90 dias. Um exemplo disso é a reunião programada entre representantes do governo japonês e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, visando um acordo que beneficie ambas as partes.

A política tarifária de Trump, destinada a reverter a produção industrial para os Estados Unidos, afetou muitos de seus principais parceiros comerciais, incluindo Japão, Coreia do Sul, União Europeia, México e Canadá. A presidente da Comissão Europeia declarou que o bloco está em uma posição vantajosa para as futuras negociações.

Além de uma tarifa geral de 10% para todos os países, as tarifas sobre aço, alumínio, automóveis e autopeças também foram instituídas. Há discussões sobre a possibilidade de aplicar tarifas semelhantes a semicondutores e produtos farmacêuticos, evidenciando a continuidade da estratégia de tarifas como uma ferramenta de política comercial.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!