19 abril 2025
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Cientistas Desafiam Teoria sobre a Origem da Água

Cientistas da Universidade de Oxford contestaram a hipótese predominante de que a água da Terra foi formada por impactos de asteroides. Pesquisas recentes indicam que a origem do líquido vital no planeta ocorreu por meio de um processo natural relacionado aos materiais presentes em sua formação. Os achados foram divulgados na revista científica Icarus.

Os pesquisadores examinaram um meteorito raro, denominado condrito de enstatito, cuja composição é semelhante à da Terra primitiva, datada de aproximadamente 4,55 bilhões de anos. Durante a pesquisa, foi identificado uma fonte de hidrogênio que teria sido essencial para a formação das moléculas de água.

Os resultados revelaram que o hidrogênio contido no meteorito era parte intrínseca do material e não decorrente de contaminação. Este achado sugere que a matéria primitiva do planeta possuía uma quantidade de hidrogênio bem maior do que se supunha. Segundo um dos coautores do estudo, a descoberta reforça a noção de que a formação de água na Terra foi um processo natural, afastando a ideia de que teve origem exclusivamente com a colisão de asteroides hidratados.

A proveniência do hidrogênio, elemento fundamental da água, sempre gerou discussões entre cientistas. A opinião predominante era de que o hidrogênio teria sido introduzido por asteroides nas etapas iniciais da formação da Terra. Contudo, as novas evidências sugerem que o hidrogênio necessário já estava presente no planeta desde a sua origem.

Para fundamentar suas conclusões, a equipe analisou a composição de um meteorito chamado LAR 12252, coletado na Antártida. Eles utilizaram a espectroscopia de raios X em um síncrotron localizado em Harwell, Oxfordshire. A pesquisa levantou a hipótese de que grandes quantidades de hidrogênio estivessem relacionadas ao enxofre abundante no meteorito. A equipe focou inicialmente nas partes não cristalinas dos côndrulos, que anteriormente tinham mostrado a presença de hidrogênio.

Durante a pesquisa, foi identificado que a matriz adjacente a um dos côndrulos, composta por uma matriz finíssima, apresentava uma considerável concentração de sulfeto de hidrogênio. A quantidade de hidrogênio encontrada nessa matriz era cinco vezes superior àquela detectada nas seções não cristalinas. Em contraste, partes do meteorito que exibiam sinais de contaminação, tais como ferrugem, mostraram quantidades mínimas de hidrogênio, o que diminui a probabilidade de que os compostos de sulfeto de hidrogênio tenham origem terrestre.

O líder da pesquisa expressou entusiasmo ao descobrir a presença de sulfeto de hidrogênio na amostra, embora não no local previamente esperado. Com a elevada impossibilidade do sulfeto de hidrogênio ter origem a partir da contaminação terrestre, o estudo oferece fundamentais evidências que sustentam a teoria de que a água da Terra é nativa, um produto natural do que compõe o planeta.

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