2 maio 2025
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Cigarras Reproduzem Música Clássica: Descubra Essa Surpreendente Experiência Científica!

Pesquisadores da Universidade de Tsukuba, no Japão, desenvolveram um sistema inovador que transforma cigarras vivas em alto-falantes eletrônicos. A equipe utilizou estímulos elétricos direcionados aos músculos que geram o canto, conhecidos como timbais, permitindo o ajuste do tom dos sons emitidos pelos insetos. O resultado foram melodias reconhecíveis, como o Canon de Pachelbel e a trilha sonora do filme Top Gun.

Os timbais das cigarras funcionam como instrumentos sonoros, sendo compostos por estruturas rígidas e membranas finas que vibram rapidamente quando ativadas. Ao implantar eletrodos na região abdominal de sete cigarras da espécie Graptopsaltria nigrofuscata, os cientistas conseguiram controlar essas vibrações com precisão, produzindo tons que variam entre 27,5 Hz (Lá0) e 261,6 Hz (Dó4), abrangendo mais de três oitavas completas.

Embora o experimento possa parecer peculiar, os pesquisadores identificaram várias aplicações práticas. Em vez de utilizar robôs tradicionais, essas “cigarras cibernéticas” poderiam ser empregadas como dispositivos sonoros em missões de resgate, especialmente em locais de difícil acesso após desastres naturais. A leveza, agilidade e eficiência energética dos insetos biotecnológicos representam benefícios em comparação a equipamentos eletrônicos convencionais.

Ao aproveitar o corpo da cigarra como mecanismo sonoro, o projeto elimina o peso adicional de alto-falantes, permitindo que os insetos se movimentem com mais liberdade, caso seja necessário. Essa ideia integra um conceito mais amplo de biobots, organismos vivos modificados para cumprir funções específicas com o suporte de circuitos e softwares.

A respeito do bem-estar das cigarras envolvidas nos testes, os pesquisadores afirmam que o impacto sobre os insetos foi mínimo. Algumas cigarras tentaram escapar, enquanto outras permaneceram imóveis durante os experimentos. Parte delas foi devolvida à natureza após os procedimentos, e os estímulos aplicados foram limitados a baixas voltagens. Além disso, a técnica considera que a região abdominal das cigarras contém poucos órgãos internos, o que facilita o acesso aos músculos timbais sem causar danos significativos.

Entretanto, o uso de animais vivos como interfaces tecnológicas levanta questões éticas relevantes. O estudo, apresentado na conferência CHI 2025 (Conference on Human Factors in Computing Systems), abre o caminho para futuras investigações sobre interações mais sofisticadas entre organismos biológicos e dispositivos computacionais, além de promover um debate sobre os limites dessa integração.

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