O ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, Ciro Nogueira, fez propostas significativas sobre a economia do Brasil durante um evento na Confederação Nacional do Comércio. Ele sugeriu a extinção de estatais no país, ressaltando que os recursos economizados poderiam ser direcionados para áreas como educação e infraestrutura. Nogueira expressou sua insatisfação por não ter conseguido implementar uma reforma administrativa, citando resistência interna como um dos principais obstáculos. Em seu discurso, defendeu que o Estado deve ter um tamanho reduzido, propondo que as estatais sejam convertidas em um fundo soberano.
Além disso, Nogueira criticou a ala da direita brasileira, descrevendo muitos de seus integrantes como estatizantes e corporativistas. Ele comparou suas ideias às de Javier Milei, que no início de 2023 tomou posse como presidente da Argentina com um ambicioso plano de cortes de gastos, denominado “motoserra”. No entanto, analistas políticos levantam questionamentos sobre a radicalidade das propostas de Nogueira, considerando que seu histórico político não se alinha facilmente com essas declarações. Frequentemente associado ao centrão, seu novo discurso é interpretado por alguns como uma tentativa de se adaptar à tendência de privatização e redução da atuação estatal.
A discussão sobre privatização de estatais no Brasil é um tema de alta complexidade e polarização. Enquanto há defensores da privatização de empresas que apresentam resultados deficitários, como a Aerolíneas Argentinas, existem vozes que defendem a manutenção de empresas rentáveis sob controle estatal. O debate também se intensifica ao considerar a gestão das estatais sob diferentes governos, onde se alega que gestões liberais costumam gerar lucros, ao passo que gestões progressistas podem resultar em prejuízos. Contudo, parece que a questão central reside na administração das estatais, ao invés de sua simples existência.