“Decisão será tomada com base em pesquisas e no cenário do ano que vem”, afirmou o governador do Rio de Janeiro durante um evento em São Paulo. Cláudio Castro (PL) indicou que sua escolha sobre a possível renúncia ao cargo para concorrer a uma vaga no Senado deve ocorrer entre fevereiro e março do próximo ano. Ele destacou que a deliberação levará em conta resultados de pesquisas e a situação política futura. Castro ressaltou que não deixará a administração se não houver uma posição favorável.
O governador também anunciou a indicação de Thiago Pampola (MDB), seu vice-governador, para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Essa escolha, que ocorre em meio a uma relação histórica de desavenças entre eles, implica que a liderança do Executivo fluminense poderia ser assumida por Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante a coletiva, Castro justificou a indicação de Pampola, ressaltando a necessidade de um “político” no tribunal. Ele mencionou a experiência de Pampola, que foi deputado estadual por três mandatos e ocupou o cargo de secretário de Estado em três ocasiões. O governador comparou essa escolha a práticas adotadas em outros estados, onde frequentemente são indicados familiares de políticos, enfatizando a relevância de um candidato com formação política e experiência.
Castro também comentou que a inclusão de alguém com histórico de gestão no TCE pode prevenir a transformação do órgão em um “tribunal punitivista”. Ele citou um exemplo prático onde um gestor, em situações emergenciais, poderia ser penalizado por ações necessárias, apesar de terem sido corretas dentro do contexto.
Por fim, observou-se que a ala bolsonarista no Rio parece estar se articulando para oferecer apoio a Bacellar na disputa pela governança estadual. Com a assunção de Bacellar ao cargo, ele já teria à sua disposição uma plataforma e os recursos do governo para potencialmente enfrentar uma candidatura de oposição representada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).