14 junho 2025
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Comandante Militar Realiza Visita a Braga Netto na Detenção

O comandante do Exército brasileiro, general Tomás Paiva, realizou uma visita ao Rio de Janeiro, onde participou de uma atividade na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e fez uma parada para ver o general Walter Braga Netto, detido há aproximadamente dois meses sob suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe após as eleições de 2022. A visita ocorreu na sexta-feira, dia 7, e durou cerca de 15 minutos. Durante esse encontro, o comandante questionou a situação de outros militares sob custódia do Exército, buscando informações sobre as condições de tratamento, suporte familiar e acesso a advogados.

Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, está detido no Comando da 1ª Divisão do Exército, localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. Apesar do término “prisão”, sua detenção ocorre em um quarto na residência do comandante da unidade, um espaço que conta com armário, frigobar, televisão, ar-condicionado e banheiro privativo. De acordo com o Estatuto dos Militares, a pena de prisão deve ser cumprida em organizações militares sob a supervisão de um comandante de grau hierárquico igual ao do preso. Assim, como Braga Netto é um general de quatro estrelas, ele pode ser mantido apenas sob a supervisão de outro general de igual patente.

Este caso é considerado excepcional, uma vez que não há instalações específicas para a detenção de generais desse nível. A prisão especial concedida a militares antes de uma decisão judicial definitiva estabelece que oficiais devem ser alojados em condições adequadas. Walter Braga Netto é reconhecido como o primeiro general de quatro estrelas a ser preso no Brasil.

Braga Netto foi detido pela Polícia Federal (PF) no dia 14 de dezembro e é acusado de fazer parte da orquestração de um plano para um golpe de Estado. As investigações preliminares indicaram que ele estava diretamente envolvido em articulações políticas para consumar a tentativa de golpe, além de ter participado da elaboração de documentos relacionados ao plano. A PF afirma que um manuscrito atribuído a Braga Netto foi encontrado na mesa de um de seus assessores no Partido Liberal, com a declaração “Lula não sobe a rampa”.

Adicionalmente, a Polícia Federal relatou que Braga Netto teria coordenado ações de militares que apoiavam o golpe, promovido ataques por meio de milícias digitais e, mais recentemente, foi apontado como financiador de uma ação que incluiu a entrega de dinheiro a um indivíduo identificado como “kid preto”. O general também é suspeito de tentar acessar informações relacionadas à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro. Por sua vez, a Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou que a prisão preventiva do general é fundamental para garantir a integridade das investigações, enquanto a defesa de Braga Netto refuta as acusações apresentadas.

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