18 abril 2025
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Comissão Descobre Identidades de Dois Desaparecidos na Vala de Perus

A Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos do Ministério dos Direitos Humanos divulgou, nesta quarta-feira (16), a identificação de dois prisioneiros políticos do período da ditadura militar no Brasil. Os restos mortais de Grenaldo de Jesus da Silva e Denis Casemiro foram encontrados na cidade de São Paulo, na Vala Clandestina de Perus.

Grenaldo de Jesus da Silva, aos 20 anos, serviu como marinheiro e se juntou a mais de 1.500 colegas na luta contra o golpe militar de 1964. Em decorrência de suas ações, foi expulso da Marinha no primeiro mês após o golpe, além de ser julgado e condenado à prisão. A declaração foi feita pela procuradora regional da República e presidente da Comissão, em coletiva de imprensa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com a presença da ministra dos Direitos Humanos.

Outra vítima, Denis Casemiro, também estava ativamente envolvido na resistência contra o governo ditatorial. Ele se mudou para São Paulo e trabalhou como pedreiro e operário. Após ser preso e torturado por mais de um mês, Denis foi executado e enterrado com informações falsas para dificultar a sua localização. Ambos os corpos foram sepultados no Cemitério de Perus.

Durante a coletiva, a ministra reafirmou a importância da reinstalação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, enfatizando o compromisso do governo com a luta contra a cultura autoritária que frequentemente nega a cidadania e os direitos dos cidadãos brasileiros.

O Cemitério Dom Bosco, localizado na zona norte de São Paulo, foi um local onde, durante a ditadura, 1.049 corpos de pessoas não identificadas foram enterrados de forma ilegal. A descoberta da vala ocorreu em 1990, através do jornalista que contou com a colaboração do administrador de cemitérios. Em investigações subsequentes, cinco militantes que haviam desaparecido forçadamente durante o regime foram identificados.

Em março deste ano, o governo federal, por meio da ministra, emitiu um pedido formal de desculpas às vítimas que foram clandestinamente sepultadas no local.

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