Nos últimos anos, a presença da inteligência artificial (IA) tem se intensificado na vida cotidiana das pessoas. Um novo perfil dessa tecnologia surgiu, denominado agentes de IA. Esse conceito, conhecido como IA agêntica, refere-se a uma inteligência artificial que demonstra características de agência, ou seja, que pode atuar de forma autônoma em decisões e tarefas, alinhando-se a objetivos e diretrizes predefinidas.
Os agentes de IA se diferenciam da IA tradicional, que se limita a analisar dados e responder a comandos específicos. Esses agentes operam de maneira proativa, antecipando necessidades e adaptando seu comportamento em tempo real. Essa capacidade pode ser demonstrada através da automação de atividades diárias, proporcionando maior eficiência. Entre as aplicações destacadas estão a organização e produtividade, com geração de resumos e agendamento de compromissos; suporte automatizado ao cliente; automação de processos como a triagem de e-mails e integração de calendários; e entretenimento personalizado com recomendações de conteúdo baseadas em hábitos de consumo.
Exemplos de agentes de IA incluem os robo-advisors, que, como os oferecidos pela Wealthfront, analisam perfis de investidores e ajustam automaticamente carteiras de investimentos de acordo com variações de mercado, sem a necessidade de intervenção do usuário. Um exemplo recente é o Browser Operator, um agente de IA criado pela Opera. Esse recurso é capaz de realizar diversas tarefas de navegação de forma automatizada, permitindo que os usuários instruam o navegador em linguagem natural sobre suas demandas, como solicitar a compra de um produto específico.
A inovação nessa área é notável, especialmente em soluções de IA que não requerem capturas de tela ou gravações para entender as ações do usuário, conforme esclarece um executivo da Opera. Além disso, assistentes virtuais e chatbots, como ChatGPT, Google Assistant, Siri e Alexa, representam outros exemplos de agentes de IA, assim como o Microsoft Copilot, que auxilia na produção de documentos e planilhas. Outra aplicação interessante é o Google Duplex, que consegue conduzir ligações telefônicas de maneira natural para realizar tarefas práticas, como pedidos de comida ou reservas em restaurantes.
Os agentes de IA estão, portanto, transformando as interações com tecnologias, tornando-as mais fluidas, personalizadas e intuitivas. A interação não se restringe mais a menus e comandos manuais; os usuários agora podem usar voz, texto e gestos para se comunicar. Isso pode provocar mudanças significativas, como a antecipação de necessidades com base nos hábitos dos usuários, melhorias na acessibilidade e a integração entre diversos dispositivos, como casas inteligentes e veículos conectados.
Entretanto, essa evolução exige atenção redobrada com questões de privacidade e segurança. Muitos agentes coletam e processam dados pessoais, reforçando a necessidade de medidas rigorosas de criptografia e políticas de transparência. Adicionalmente, é crucial que os algoritmos sejam treinados de forma a evitar preconceitos e discriminações.
Para enfrentar esses desafios, a ênfase deve ser no desenvolvimento ético da IA, o que abrange regulamentação, auditoria dos algoritmos e maior transparência no uso dos dados. No Brasil, a regulamentação da inteligência artificial foi aprovada pelo Senado, com a proposta de estabelecer normas para proteger os cidadãos de falhas e garantir direitos aos artistas em relação ao uso de suas obras. O Brasil se configura, assim, entre os países que mais utilizam inteligência artificial atualmente.