10 fevereiro 2025
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Como Antecipar Terremotos? Nova Pesquisa Revela Segredos Cruciais

Mais de 200 tremores de terra foram registrados entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro. A maior magnitude alcançada foi de 4,6 na escala Richter, classificada como leve. Apesar da intensidade moderada dos tremores, muitos turistas na Ilha de Santorini, na Grécia, evacuaram rapidamente o local por medo. As escolas e instituições públicas na região foram fechadas, e uma onda de pânico se espalhou, embora tenha sido rapidamente controlada. O receio de um tsunami também foi infundado, já que não houve nenhuma ocorrência desse tipo. Após os eventos, surgiram questionamentos sobre a dificuldade em prever terremotos com antecedência, o que poderia permitir uma melhor preparação da população e dos socorristas.

Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém têm avançado na compreensão das fases iniciais dos terremotos, conforme publicado na revista Nature. Este estudo é um esforço para prever esses eventos geológicos com maior antecedência. O aspecto novo da pesquisa considera as pequenas rachaduras nas placas tectônicas, frequentemente negligenciadas, que podem contribuir para os tremores. Isso indica que não apenas os grandes deslocamentos de placas devem ser observados, mas também as minúsculas falhas que podem prefigurar rupturas iminentes, comparáveis a um espelho trincado.

Essa descoberta, que pode parecer simples à primeira vista, é um marco significativo na busca por soluções científicas. Os avanços mais significativos muitas vezes vêm de descobertas que inicialmente parecem triviais. De acordo com o pesquisador Jay Fineberg, do Instituto de Física da Universidade Hebraica, “revelações simples nos permitem fazer progressos substanciais”. A pesquisa foca em entender melhor as regiões que, antes consideradas estáveis, na verdade apresentavam problemas subjacentes. O novo enfoque pode abrir um capítulo inexplorado na previsão de terremotos.

As descobertas foram obtidas a partir de experimentos realizados com folhas de vidro e modelos complexos em computador, utilizando inteligência artificial. A combinação de dados testados por cientistas de diversas regiões do mundo gera uma nova expectativa: a possibilidade de prever terremotos com horas, dias e até semanas de antecedência, ao invés de apenas momentos antes do evento, evitando tragédias. O professor George Sand de França, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, destaca que “o estudo amplia o entendimento existente, oferecendo uma perspectiva abrangente dos processos que culminam em terremotos”.

Embora não seja possível evitar os tremores, a identificação antecipada e construções projetadas para resistir a esses eventos, como ocorre no Japão, podem salvar vidas. Fineberg observa que “a compreensão do processo, lento e progressivo, é um grande passo”. O alerta prévio para a população, semelhante ao que já ocorre na meteorologia, poderia representar um avanço crucial, contribuindo para evitar tragédias históricas, como o terremoto de Valdívia, no Chile, em 1960, que resultou em mais de 1.500 mortes e 1 milhão de desabrigados. Assim, os mistérios que cercam esses fenômenos naturais estão começando a ser desvendados.

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