20 fevereiro 2025
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Como Astrônomos Acompanham Asteroide com 2% de Risco de Colisão com a Terra?

Um asteroide recentemente identificado, denominado 2024 YR4, apresenta uma probabilidade média de 2% de colidir com a Terra em 2032. Embora essa chance seja considerada baixa, especialistas em astronomia estão monitorando o objeto com o objetivo de coletar mais informações. Para isso, espera-se que em breve seja utilizado o Telescópio Espacial James Webb, o mais avançado já enviado ao espaço.

As informações sobre o asteroide 2024 YR4 ainda são limitadas, porém, estima-se que seu diâmetro varie entre 40 e 90 metros, uma medida comparável à de um grande edifício, conforme mencionado por um especialista do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra. Em contraste, o asteroide que causou a extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos tinha cerca de 10 quilômetros de diâmetro, representando o último grande impacto conhecido na Terra. Classificados como “destruidores de planetas”, asteroides desse tamanho, com pelo menos um quilômetro de diâmetro, têm potencial para provocar consequências devastadoras para a vida no planeta.

A análise de asteroides de menores dimensões também é importante, pois eles têm a capacidade de causar destruição significativa caso se dirijam em rota de colisão com a Terra. Portanto, é vital que os astrônomos consigam reunir o máximo de dados sobre o 2024 YR4 em um curto espaço de tempo. Refinar a trajetória do asteroide pode, potencialmente, reduzir as chances de um impacto. Contudo, os cientistas têm um prazo limitado para observá-lo, uma vez que se estima que o asteroide desaparecerá de vista em abril. O Telescópio Espacial James Webb será fundamental para fornecer estimativas mais precisas sobre seu tamanho e trajetória.

O asteroide 2024 YR4 foi detectado pelo Telescópio Atlas, localizado no Chile, em 27 de dezembro. O Atlas faz parte de um programa da NASA voltado para a vigilância de asteroides próximos à Terra. Desde sua descoberta, várias outras telescópios têm acompanhado o objeto, embora suas estimativas de tamanho tenham variado pouco, baseando-se na luz refletida por sua superfície. O Telescópio Espacial Webb, por sua vez, opera em luz infravermelha e é capaz de medir o calor emitido pelo asteroide, oferecendo uma estimativa mais precisa.

Desde janeiro, diversas observações do 2024 YR4 têm sido realizadas por observatórios no Novo México, Dinamarca e Chile. Neste momento, o asteroide encontra-se a mais de 48 milhões de quilômetros da Terra e está se afastando. A previsibilidade de sua visibilidade se estende até o início de abril, momento em que seguirá sua órbita ao redor do Sol. Telescópios no Havaí, como o Pan-STARRS, localizado no vulcão Haleakalā, também estão participando dos esforços de monitoramento.

Após o 2024 YR4 deixar o alcance dos telescópios terrestres, o Telescópio Webb continuará a possibilidade de observá-lo, possibilitando determinações mais precisas de sua posição. Para além das observações programadas para março, uma nova campanha de observação está agendada para maio, que permitirá medições finais de sua órbita e variações de temperatura conforme o objeto se afasta do Sol.

Se o asteroide tornar-se invisível antes que os cientistas consigam avaliar completamente o risco de impacto, ele continuará sendo monitorado até que reapareça em junho de 2028. As previsões indicam que o 2024 YR4 retorna à proximidade da Terra a cada quatro anos, embora não represente um perigo no ano de 2028.

A determinação do tamanho exato do asteroide é fundamental para avaliar os danos potenciais em caso de impacto. Se o 2024 YR4 estiver próximo do limite superior de seu tamanho estimado, poderá causar destruição em um raio de até 50 quilômetros do local de impacto, conforme indicado por especialistas. Esse cenário de colisão, embora considerado improvável, teria consequências severas devido à alta velocidade com que o asteroide entraria na atmosfera, alcançando cerca de 17 km/s.

Estudos indicam que objetos similares atingem a Terra a cada poucos milênios. Por exemplo, em 1908, um asteroide de aproximadamente 30 metros de diâmetro explodiu sobre a Sibéria, devastando uma área superior a 2 mil quilômetros quadrados e derrubando cerca de 20 milhões de árvores. Mais recentemente, em 2013, um asteroide menor, com 20 metros de diâmetro, provocou uma explosão na cidade russa de Chelyabinsk, gerando uma onda de choque avassaladora.

Caso o 2024 YR4 se aproxime de 50 metros e seja classificado como rochoso, os efeitos podem se assemelhar ao evento de Tunguska, conforme relatado pela Agência Espacial Europeia. Em cenários extremos, os danos poderiam se estender por dezenas de quilômetros. Anualmente, cerca de 3.000 asteroides próximos à Terra são descobertos, embora a identificação de objetos do tamanho do 2024 YR4 seja complexa, uma vez que são pouco refletivos e difíceis de detectar. A estimativa atual sugere que existem cerca de 600 mil asteroides dessa magnitude, mas apenas 2% foram localizados até o presente momento.

A presença de pequenos asteroides na atmosfera é comum, gerando bolas de fogo, mas usualmente não provocam danos significativos. Asteroides de maior porte, por outro lado, podem causar destruição global, mas são consideravelmente menos frequentes. Uma quantidade significativa permanece por descobrir, levando os cientistas a continuar com a vigilância do espaço em busca de potenciais ameaças.

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