O número de cardeais com direito a voto no conclave que escolherá o sucessor do papa Francisco diminuiu de 135 para 133 em decorrência de duas desistências motivadas por problemas de saúde. A mais recente ausência foi divulgada pelo Vaticano, embora o nome do cardeal não tenha sido revelado. Fontes apontam para o cardeal bósnio Vinko Puljic, que já enfrentava preocupações sobre sua saúde. Na semana passada, ele havia confirmado sua participação após receber autorização médica.
A primeira desistência foi a do cardeal espanhol Antonio Cañizares, cuja situação de saúde já havia sido mencionada pela Santa Sé. O conclave está programado para começar no dia 7 de maio. Apesar da norma canônica que limita a 120 o número de eleitores, esse total pode ser ultrapassado a critério do papa, como ocorreu anteriormente. O papa Francisco, por exemplo, nomeou 21 novos cardeais em dezembro de 2024, previsto para a saída de 14 membros do Colégio Cardinalício que completarão 80 anos em 2025 — idade a partir da qual os cardeais perdem o direito de voto.
Somente os cardeais com menos de 80 anos podem participar da votação. Entre os cardeais que não participarão do conclave, estão Antonio Cañizares e Vinko Puljic, ambos com 79 anos, resultando na redução do total de eleitores para 133.
Atualmente, o Colégio Cardinalício é constituído por 252 cardeais, mas apenas os cardeais mais jovens — conhecidos como “eleitores” — estão aptos a escolher o novo papa. Dentre esses 133, 108 (ou 81%) foram nomeados durante o papado de Francisco, sugerindo uma continuidade em relação ao perfil progressista do papa argentino, embora as eleições sejam, por natureza, imprevisíveis.
Desde a morte do primeiro papa latino-americano, os cardeais se reúnem diariamente em sessões fechadas na sala Paulo VI, no Vaticano. Essas “congregações gerais” discutem as prioridades da Igreja para os anos seguintes, abordando questões como evangelização, o papel da Igreja na promoção da paz e as medidas contra os abusos sexuais cometidos por membros do clero.
A votação é realizada sob estrita confidencialidade. Durante o conclave, os cardeais permanecem isolados, sem acesso a celulares, internet ou meios de comunicação. Para a eleição do novo papa, é necessário obter pelo menos dois terços dos votos. O resultado é comunicado pela tradicional fumaça branca que sai da chaminé da Capela Sistina, seguido pela proclamação “Habemus papam”.
Embora, em teoria, qualquer homem batizado e celibatário possa ser eleito papa, todos os pontífices desde 1378 foram escolhidos a partir do Colégio Cardinalício.
