sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Conflito Familiar: Sogra Usou Cartão do Filho em Segredo para Compras de Bolo

Em seu depoimento à Polícia Civil sobre o caso do bolo envenenado, Zeli dos Anjos, sogra da acusada Deise dos Anjos, admitiu que retirou R$ 400 do cartão de uma conta conjunta que tinha com seu filho, Diego dos Anjos. A investigação aponta que Deise teria problemas familiares e que sua sogra seria o alvo principal do envenenamento com arsênio. A tragédia, que ocorreu no Natal de 2024, resultou na morte de três pessoas em Torres, no Rio Grande do Sul. No relato, Zeli comentou sobre o comportamento curioso dos gastos do casal, que adquiriram uma casa e um carro novo, entre outras despesas. Assim, resolveu pegar o cartão de Diego, que tinha a senha, e verificou que havia R$ 21 mil na conta conjunta.

Zeli explicou no depoimento que decidiu realizar o saque. “Retirei R$ 400, devolvi no dia seguinte e disse a Diego que precisei do dinheiro”, diz o relato. “Fiz isso para saber se eles tinham noção do que estava acontecendo com o dinheiro que entrava, pois se estivessem fazendo algo errado, não saberiam que eu tinha realizado o saque.”

Conforme Zeli, que também sobreviveu ao envenenamento, ela recebeu visita de Deise enquanto estava internada, antes da prisão da nora. “Somente na cama do hospital, Deise explicou que aquele dinheiro era utilizado há vinte anos para reformar e comprar móveis, e que provinha do patrão dela da época em que trabalhava como auxiliar predial.” Zeli ainda mencionou que, após o incidente, Deise frequentemente tocava no assunto do dinheiro, o que a fez perceber que a nora tinha um ciúme excessivo, além de imitar seu estilo de se vestir e se arrumar. “Ela é dissimulada e manipuladora”, afirma Zeli em seu depoimento. “Fez um teste no Instagram com oito perguntas sobre características de psicopatas e, segundo a sogra, Deise se encaixava em todas elas.” Deise foi presa no dia 5 de janeiro. “Deise continua em prisão temporária, a investigação prossegue, e conforme decisão judicial, ainda há diligências a serem realizadas para esclarecer os fatos no inquérito”, informou a defesa.

A sogra também revelou detalhes sobre o que foi feito para preparar o bolo. Zeli mencionou que usou a farinha que estava guardada embaixo da pia, além de passas e frutas cristalizadas. Ela também relatou que “se esqueceu de adicionar fermento ao bolo”. O glacê foi feito com açúcar que tinha em casa. Durante o preparo, a sogra afirmou que “não provou a massa do bolo e não percebeu nenhum odor incomum”. Porém, ela comentou que achou a farinha um pouco suspeita. Zeli contou que a peneirou, mas pensou que era de baixa qualidade, pois era de doação de uma marca desconhecida – a ajuda se referia a vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul.

Diego dos Anjos, filho de Zeli e esposo de Deise, também falou sobre a instabilidade emocional da esposa durante seu depoimento. “Deise sempre foi briguenta, ficando irritada facilmente com situações simples”, declarou. “Ela muda de humor muito rapidamente.” Diego mencionou um desentendimento que teve com Deise no dia 21 de novembro de 2024. “Deise queria que Zeli passasse o Natal com a família dela, mas a sogra preferia ficar com suas irmãs”, afirma o depoimento. Diego disse que saiu de casa para a casa da mãe em Canoas e só voltou no dia 25 de novembro. “Nesse desentendimento, Deise chegou a agredi-lo jogando roupas”, contou. O marido, no entanto, expressou que não acredita que a esposa tenha envenenado a farinha.

Diego também compartilhou a crença de que seu pai, Paulo Luiz dos Anjos, faleceu por causa de uma “banana da enchente” contaminada. Paulo morreu em setembro de 2024, três meses antes do caso do bolo, e a polícia investiga Deise como responsável por sua morte. Acredita-se que ela tenha envenenado o leite em pó que o sogro consumiu. Essa descoberta veio à tona após a exumação do corpo de Paulo, que revelou uma alta concentração de arsênio no estômago da vítima, cerca de 264 miligramas. Diego contou que foi para Torres assim que soube que o pai estava hospitalizado, e se questionou se ele mesmo poderia ter causado a morte ao consumir as bananas. Ele observou ainda que a esposa nunca motivou a investigação sobre a real causa da morte do pai.

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