O pedido de demissão de Juscelino Filho, que foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas parlamentares, criou uma nova oportunidade no Ministério das Comunicações. O líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes, foi indicado para assumir essa pasta, mas atualmente há uma forte possibilidade de que ele rejeite o convite.
Entre os principais fatores que estão levando à hesitação de Fernandes está o fato de que sua nomeação poderia permitir que Juscelino assumisse a liderança da bancada, ação que não conta com o apoio unânime dos demais deputados do União Brasil, que conta com 59 representantes na Câmara. Além disso, dentro da cúpula do partido, há dúvidas sobre essa movimentação.
Juscelino Filho, agora ex-ministro, é um aliado próximo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que foi fundamental para sua indicação ao ministério no início do governo atual. Por outro lado, Pedro Lucas Fernandes é considerado um confidente do presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda. Ambos consideram que é mais importante sustentar a unidade da bancada sob a liderança do atual ministro do que promovê-lo para o âmbito do Executivo.
Adicionalmente, existe uma disputa política local que influencia essa situação, já que Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes são concorrentes no Maranhão. Os líderes de bancada têm controle sobre as indicações dos recursos das emendas parlamentares e geralmente recebem uma fatia maior do que outros deputados, um fator que não pode ser ignorado à medida que se aproxima o ano eleitoral de 2026.
A incerteza em torno do Ministério das Comunicações, que se estende por quase duas semanas, revela ainda a crise nas relações entre o União Brasil e o governo Lula, que saem desse processo em uma posição enfraquecida, independentemente de como a situação se resolva.
