13 junho 2025
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Conflitos e Incertezas: Desafios que Podem Comprometer a Copa do Mundo

O livro “Como o Futebol Explica o Mundo”, escrito por Franklin Foer, começou a ganhar destaque no início dos anos 2000 e permanece relevante devido à sua temática. A obra examina como os conflitos cotidianos influenciam o esporte mais popular do planeta. Em uma célebre afirmação do ex-treinador italiano Arrigo Sacchi, “o futebol é a coisa mais importante entre as coisas menos importantes”, essa relação entre o esporte e a sociedade é destacada.

Entre 14 de junho e 13 de julho, ocorrerá a Copa do Mundo de Clubes nos Estados Unidos, com a participação de 32 clubes distribuídos em oito grupos. Entre os participantes, estão os brasileiros Botafogo, Fluminense, Palmeiras e Flamengo, que se destacaram nas últimas edições da Libertadores da América. Este torneio marca um novo formato grandioso da FIFA, servindo como um teste para avaliar o engajamento dos torcedores com os clubes em comparação ao interesse pelas seleções nacionais. Nos últimos anos, observa-se uma mudança nas preferências, com um aumento no uso de camisetas de clubes europeus, como PSG e Barcelona, entre os jovens brasileiros, superando a camisa da seleção nacional.

Entretanto, a venda de ingressos para as partidas mostrou-se abaixo das expectativas, especialmente devido à recente tensão nas relações comerciais do governo americano, que afetou a presença de torcedores, principalmente os de origem latina, e a dificuldade em obter vistos. Para a partida inaugural entre a Inter Miami, com Lionel Messi, e o Al-Ahly do Egito, esperava-se um público de 65 mil pessoas, mas apenas 20 mil ingressos foram vendidos. Isso provocou uma queda significativa nos preços dos ingressos, com o valor médio diminuindo em 30%.

A baixa demanda é atribuída a três fatores principais: a diminuição da população imigrante, especialmente mexicanos; a complexidade na obtenção de vistos; e a indiferença do público americano em relação ao futebol, conhecido como “soccer”. Embora a FIFA tenha grandes planos para a popularização do esporte, como visto na Copa do Mundo de 1994, as expectativas atuais revelam um panorama desanimador. O torneio visa incentivar o interesse local, apostando na paixão juvenil pelos clubes, ao invés das seleções nacionais. Apesar de a FIFA continuar a promover sua marca, as primeiras edições como esta ainda estão sujeitas a resultados incertos.

O torneio também enfrenta desafios internos, como a rivalidade entre a FIFA, liderada por Gianni Infantino, e a UEFA, sob a presidência de Aleksander Ceferin. A UEFA critica a competição por sua proximidade com as finais da Champions League, quando os clubes estão exauridos. A FIFA promete prêmios expressivos, como 125 milhões de dólares para o vencedor, embora persistam comparações que mostram que, na Champions, os prêmios podem chegar a 154 milhões de dólares.

Embora a Copa do Mundo de Clubes ofereça boas partidas e entretenimento, a expectativa de sucesso é cautelosa, pois o torneio é visto como uma grande aposta incerta. É importante notar também que a antiga competição, batizada de Copa Intercontinental, ainda permanece no calendário, refletindo a complexidade do mundo do futebol.

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