A Polícia Militar de São Paulo enfrentou manifestantes que estavam protestando contra a privatização de linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na tarde da última quinta-feira, no centro da cidade. Vídeos divulgados em redes sociais mostram pessoas feridas durante o confronto.
O protesto foi organizado por diversos grupos, incluindo o Movimento de Mulheres Olga Benário, o partido Unidade Popular (UP), a União da Juventude Rebelião (UJR) e estudantes do Movimento Correnteza. Os manifestantes se uniram contra o leilão do Lote Alto Tietê, que abrange as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, programado para ocorrer na sexta-feira, na sede da B3, em São Paulo.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil enviou uma nota destacando que não convocou assembleias nem permitiu que qualquer movimento falasse em nome da categoria. Apesar de não ter participado do ato, o sindicato reafirmou sua posição contrária à privatização e expressou pesar pelo desfecho violento da manifestação. Além disso, convocou o público para um ato contra o leilão na sexta-feira, em frente à B3.
De acordo com informações da polícia, por volta das 13h, houve uma tentativa de invasão de um prédio público e bloqueios na Rua Boa Vista. No entanto, páginas ligadas aos manifestantes alegaram que familiares de ferroviários ocuparam o prédio da Secretaria de Transporte de São Paulo para protestar contra as privatizações e as ameaças aos empregos de seus parentes.
Os manifestantes relataram que, depois de se reunir em uma comissão para negociar, deixaram o prédio de forma pacífica, mas encontraram a polícia já preparada para ação. Segundo suas afirmações, a polícia utilizou bombas de efeito moral, gás de pimenta e cassetetes, além de balas de borracha.
A polícia informou que intervenções foram feitas e que três pessoas foram detidas. O grupo de manifestantes seguiu pela Rua Florêncio de Abreu em direção à Praça da República. Em comunicado oficial, a Polícia Militar afirmou que está revisando as imagens da manifestação e que, caso irregularidades sejam identificadas, as medidas adequadas serão tomadas. A instituição ressaltou que não tolera desvios de conduta e que todos os excessos serão punidos de maneira rigorosa.