4 maio 2025
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Congregações Precedem Conclave e Indicam Tendências Futuras

Antes de se reunirem na Capela Sistina para eleger o próximo papa, os cardeais realizam congregações gerais. Essas reuniões são o momento para discutir o estado atual do colegiado que tem poder decisivo na condução da Igreja Católica. Durante essas sessões, os cardeais apresentam suas experiências no episcopado e expressam opiniões sobre o futuro da Igreja. Um dos discursos mais marcantes ocorreu em 2013, quando o então cardeal Jorge Mario Bergoglio, de Buenos Aires, foi eleito papa Francisco, após enfatizar a importância de cuidar das periferias — tanto geográficas quanto espirituais.

A nona Congregação Geral, realizada no Vaticano, destacou-se por suas discussões sobre a continuidade do legado de Francisco. Desde o falecimento do papa, duas direções têm sido consideradas para a escolha do novo pontífice: a continuidade das reformas introduzidas nos últimos treze anos ou uma abordagem mais conservadora, representada por um grupo tradicionalista.

Durante a reunião, foram feitas vinte e seis intervenções, com seis delas focando especialmente no futuro. Os nomes dos cardeais que falaram não foram divulgados. O primeiro sinal de desejo de continuidade se manifestou através de agradecimentos ao “magistério do papa Francisco” e um apelo para manter os processos que ele iniciou, como a reforma da Cúria e a promoção da sinodalidade. Um comunicado enfatizou a necessidade de um novo papa “capaz de guiar uma igreja que não se feche em si mesma, mas que saiba sair e levar luz a um mundo marcado pelo desespero”.

A proposta de uma instituição mais aberta e conectada com os tempos atuais ficou evidente em declarações divulgadas pelo Vaticano. Um dos pontos abordados alertou sobre o risco da Igreja se tornar autorreferencial e perder relevância se não viver em sintonia com o mundo contemporâneo. Desde as discussões iniciais entre os cardeais, esse tipo de preocupação não havia sido manifestado.

Além disso, foram abordados temas como fraternidade, educação, ecumenismo e paz, que permanecem como prioridades. Também se discutiu a colaboração entre organismos locais, o papel da Cúria Romana e o próximo Jubileu. A expectativa é que o futuro papa mantenha a vitalidade do cristianismo e sua conexão com as realidades atuais.

O encontro contou com a presença de 177 cardeais, dos quais 127 têm direito a voto no próximo conclave. A sessão foi inaugurada com um momento de oração, seguido da escolha dos representantes para auxiliar o camerlengo na administração das atividades durante o período de Sede Vacante.

O camerlengo é o cardeal encarregado da gestão da Igreja durante a vacância da Sé, cuidando dos bens, organizando o conclave e supervisionando os processos até a escolha do novo Santo Padre. Nesse período, ele também tem a responsabilidade de anunciar oficialmente a morte do papa e garantir que as formalidades sejam seguidas.

Para a comissão foram selecionados os cardeais Robert Francis Prevost, O.S.A., dos Estados Unidos, e Marcello Semeraro, da Itália. O cardeal Reinhard Marx, da Alemanha, permanece coordenando o Conselho para a Economia, que supervisiona as questões financeiras da Santa Sé.

As próximas sessões estão agendadas para segunda-feira, 5, tanto pela manhã quanto à tarde. A Basílica de São Pedro realizará o Rosário todos os sábados à noite durante o mês de maio. A reforma da Casa Santa Marta, onde os cardeais estarão hospedados durante o conclave, será finalizada em breve, com acesso permitido antes da Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, que marca o início do processo eleitoral do novo papa.

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