O Comitê Olímpico Internacional (COI) elegeu sua nova presidente, Kirsty Coventry, marcando a primeira vez na história da instituição, que se estende por 130 anos, em que uma mulher ocupa o cargo mais alto. O ex-presidente, Thomas Bach, que deixou o cargo após 12 anos de serviço, encerrando seu mandato em 23 de junho, foi sucedido por Coventry, que se destaca como a décima presidente do COI, seguindo Pierre de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos, que assumiu em 1894.
Kirsty Coventry, ex-nadadora do Zimbábue e medalhista olímpica em sete ocasiões, foi a única mulher candidata ao posto. Reconhecida por seu foco na equidade, teve o apoio de Bach e é atualmente presidente da Comissão de Atletas dentro da organização. Aos 41 anos, Coventry se torna a presidente mais jovem na história do COI e a primeira a não ser oriunda da Europa ou América do Norte.
Em seu discurso após a eleição, Coventry expressou seu compromisso em orgulhar e garantir a confiança dos membros do COI. A eleição ocorreu durante a 144ª sessão do comitê, realizada na Grécia, onde a nova presidente foi escolhida para um mandato inicial de oito anos, com a possibilidade de extensão para até 12 anos. Os 109 membros votaram em um processo de votação secreta, e a eleição foi concluída na primeira rodada, indicando um apoio significativo.
O mandato de Thomas Bach foi caracterizado por desafios significativos, incluindo o escândalo de doping envolvendo a Rússia, revelado após os Jogos Olímpicos de Sochi em 2014. O esquema de doping estatal gerou consequências que resultaram em banimentos de atletas russos, incluindo sua exclusão das Olimpíadas de Tóquio. Adicionalmente, a presença da Rússia nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2024 na França foi comprometida pela invasão da Ucrânia, um fator político que influenciou a gestão de Bach.
Como novos desafios aguardam Kirsty Coventry, a política global se destaca como uma questão importante. A interação com figuras como Donald Trump pode exigir habilidades diplomáticas, especialmente após suas declarações contra a participação de atletas trans nos esportes. Além disso, a nova presidente precisará decidir sobre o futuro do banimento da Rússia nas competições de inverno, com os Jogos Olímpicos de Milano Cortina se aproximando em 2026.
Na disputa pela presidência do COI, outros candidatos notáveis incluíram Sebastian Coe, ex-atleta e presidente da organização dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, e Juan Antonio Samaranch Jr., atual vice-presidente do COI e defensor de mudanças no movimento olímpico. David Lappartient, atual presidente da União Ciclística Internacional, e Morinari Watanabe, presidente da Federação Internacional de Ginástica, também estavam entre os postulantes, assim como o príncipe Feisal Al Hussein, da Jordânia, e Johan Eliasch, da Suécia, presidente da Federação Internacional de Esqui. Cada um trouxe suas próprias visões e propostas para o futuro do COI e do movimento olímpico.