15 abril 2025
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Conheça a Paciente Transplantada que Sofreu Zombarias de Estudantes

A Polícia Civil de São Paulo iniciou um inquérito para apurar a conduta de estudantes de medicina que divulgarem um vídeo zombando de uma paciente falecida. A mulher em questão, Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, faleceu no final de fevereiro deste ano após enfrentar a difícil jornada de quatro transplantes e uma condição cardíaca grave.

Vitória nasceu com uma cardiopatia congênita, especificamente uma anomalia de Epstein, que é uma doença rara que afeta as válvulas do coração. Essa malformação pode gerar sérias complicações, como arritmias e embolias, onde a obstrução de vasos sanguíneos compromete o fluxo sanguíneo. A condição é incurável, obrigando pacientes como Vitória a depender de transplantes para sobrevivência.

Em 2005, com apenas 16 anos, Vitória passou pelo seu primeiro transplante de coração. Durante onze anos, ela viveu com o órgão transplantado, até que começou a apresentar problemas nas coronárias, artérias e veias que irrigam o músculo cardíaco. O segundo transplante ocorreu em 2016, e, em junho de 2023, Vitória compartilhou em suas redes sociais que estava na fila para um terceiro transplante, enfrentando a pressão de uma disfunção coronária.

Além disso, em 2023, Vitória também recebeu um transplante de rim devido à sobrecarga imposta pelo tratamento cardíaco. Em janeiro do mesmo ano, ela realizou o terceiro transplante de coração no Instituto do Coração (Incor), localizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Vitória permaneceu internada na unidade de saúde por aproximadamente um ano e nove meses até seu falecimento, ocasionado por um choque séptico e insuficiência renal crônica, no dia 28 de fevereiro.

De acordo com a irmã de Vitória, a jovem estava em “profundo sofrimento” antes de sua morte. A irmã solicitou que a trajetória de vida de Vitória não fosse ofuscada pelo comportamento de duas estudantes que não compreendiam nem um terço da sua história.

A investigação da Polícia Civil se concentra nas estudantes, que estão sendo investigadas por injúria pelo 14º Distrito Policial, situado em Pinheiros, na zona Oeste da cidade de São Paulo. A apuração foi motivada pelo conhecimento do vídeo, que foi publicado em fevereiro e excluído posteriormente, após viralizar nas redes sociais e chegar ao conhecimento da família da paciente, que formalizou a denúncia na delegacia.

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