O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução proposta pelos Estados Unidos nesta segunda-feira, 24, que marca o terceiro aniversário da invasão da Rússia à Ucrânia. A resolução adota uma posição neutra em relação ao conflito, em um momento em que tentativas de mediação de um acordo de paz estão sendo feitas pelo presidente americano. O conselho, que conta com 15 membros, não conseguiu adotar uma posição mais firme sobre a situação na Ucrânia devido ao poder de veto da Rússia. A proposta dos EUA obteve 10 votos favoráveis, enquanto França, Reino Unido, Dinamarca, Grécia e Eslovênia decidiram se abster.
Segundo a embaixadora interina dos EUA na ONU, a resolução representa um passo importante em direção à paz. Ela afirmou que o documento deve ser utilizado como uma base para a construção de um futuro pacífico que beneficie não apenas a Ucrânia e a Rússia, mas também a comunidade internacional. O texto da resolução lamenta a perda de vidas decorrente do conflito e reafirma o compromisso da ONU em manter a paz mundial e resolver disputas de maneira pacífica, além de solicitar um fim rápido e uma paz duradoura.
As tentativas de mediação do presidente americano geraram cautela entre os aliados europeus e a Ucrânia, que expressaram preocupação com o foco nas negociações com a Rússia. A embaixadora britânica na ONU ressaltou a importância de definir os termos de paz e enfatizou que não pode haver uma equivalência entre os papéis de Rússia e Ucrânia no conflito. Ela argumentou que, para se alcançar uma paz sustentável, o conselho deve ser claro em relação às causas da guerra.
Antes, a Assembleia Geral das Nações Unidas, composta por 193 países, rejeitou uma tentativa dos Estados Unidos de modificar a posição histórica do órgão, que defende a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, além de pleitear uma paz justa. Durante esta sessão, duas resoluções foram aprovadas: uma proposta pela Ucrânia e países europeus, e outra proposta pelos EUA, que foi emendada para incluir o apoio à Ucrânia. As votações culminaram em uma significativa vitória diplomática para a Ucrânia e seus aliados.
A vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia discursou na Assembleia, destacando que a guerra transcende o território ucraniano e está ligada ao direito de cada país de existir e se desenvolver livre de agressões. A resolução dos EUA, após emenda, contou com 93 votos a favor, 8 contra e 73 abstenções. A proposta elaborada pela Ucrânia e europeus também obteve 93 votos a favor, mas teve 65 abstenções e 18 votos contrários, com a Rússia, a Coreia do Norte e Israel sendo alguns dos países que votaram contra. O embaixador russo na ONU expressou que o caminho para a paz na Ucrânia enfrentará desafios e tentativas de obstrução, mas que isso não deve desencorajar os esforços pela paz.