O analista sênior de Internacional da CNN, Américo Martins, argumenta que a Ucrânia ficará em desvantagem no caso de um término da guerra com a Rússia. Ele menciona que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, poderá ser obrigado a aceitar os termos que serão impostos por Vladimir Putin. Martins também observa que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou disposição para concordar com as principais demandas russas para pôr fim ao conflito, desconsiderando questões fundamentais para a Ucrânia.
Conforme destacado, o acordo proposto não garantiria proteção à Ucrânia, que ficaria sem suporte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e sem os territórios ocupados pela Rússia desde 2014. Há também preocupações sobre a possível perda de reservas minerais do país, dado o interesse de Trump nas riquezas minerais da região.
O analista sublinha que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, declarou em um discurso em Bruxelas que é “irrealista” imaginar que a Ucrânia consiga reinstaurar o controle sobre os territórios ocupados pelos russos. Hegseth ainda afirmou que, no momento, não seria adequado que a Ucrânia aderisse à OTAN.
Além disso, Martins menciona que o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, visitou Kiev com o objetivo de reivindicar uma suposta dívida de guerra da Ucrânia em relação aos Estados Unidos. Ele destaca que “o agressor está ditando praticamente os termos do fim dessa guerra e o agredido, a Ucrânia, sairá sem dúvida nenhuma perdendo e ainda terá que financiar parte desse esforço de guerra”.
Para Martins, os recentes movimentos dos Estados Unidos demonstram uma possível “traição” à Ucrânia, em contraste com declarações anteriores que garantiam apoio ao país até a obtenção de uma vitória ou uma paz relativamente justa entre os envolvidos no conflito.
