#JogosOlímpicos #Medalhas #Paris2024 #CriseOlímpica #Esporte
As medalhas dos Jogos Olímpicos de Paris, que começaram em julho do ano passado, chamaram a atenção inicialmente pelo design inovador e simbolismo, incluindo fragmentos de ferro da Torre Eiffel. Contudo, menos de um ano após a entrega, as medalhas começaram a apresentar sinais claros de desgaste. Já são mais de 100 atletas que decidiram devolver seus prêmios, enquanto alguns deles aproveitaram para fazer críticas irônicas nas redes sociais, gerando uma crise para o Comitê Olímpico Internacional (COI) e afetando a imagem do evento esportivo mais relevante do planeta.
A situação gerou tamanha repercussão que o COI se viu compelido a emitir um comunicado informando que as medalhas que apresentavam falhas seriam trocadas por novas idênticas. Em colaboração com a Casa da Moeda de Paris, o Comitê Organizador dos Jogos está apurando as causas dos problemas e buscando soluções. A instituição encarregada da confecção das medalhas já se comprometeu a substituir os itens até o final do primeiro trimestre de 2025, após ser responsabilizada por não ter utilizado materiais de melhor qualidade.
A controvérsia começou a tomar proporções grandes com as reclamações nas redes sociais de atletas como a saltadora britânica Yasmin Harper e o skatista americano Nyjah Huston. Huston, que conquistou o terceiro lugar na final de skate street masculino, comentou: “Parece que foi à guerra”, ao exibir os danos sofridos por sua medalha apenas uma semana após a vitória. Outros atletas, como os nadadores franceses Yohann Ndoye-Brouard e Clément Secchi, também compartilharam fotos de suas medalhas danificadas, com Secchi descrevendo o estado de sua medalha como “pele de crocodilo”, enquanto Yohann fez piada, alegando que sua medalha era datada de 1924, quando Paris também sediou os Jogos.
A Monnaie de Paris, uma das mais tradicionais instituições do país e reconhecida pela confecção de medalhas olímpicas, tentou amenizar a situação, referindo-se às medalhas como “danificadas” em vez de “defeituosas”, o que provocou ainda mais controvérsia. Inicialmente aplaudida pelo uso de materiais reciclados, a instituição agora enfrenta críticas em relação à qualidade do produto final. O presidente da Associação Internacional de Boxe solicitou a renúncia imediata do presidente do COI, afirmando que “os medalhistas devem receber prêmios fabricados com os metais correspondentes” e considerando as atuais medalhas como “um desrespeito ao esforço e sacrifício dos atletas”.
Essa crise não se restringe aos Jogos de Paris 2024. Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, mais de 100 atletas relataram problemas semelhantes, com medalhas que começaram a se deteriorar meses depois da cerimônia de premiação. Na época, um porta-voz do evento confirmou que de seis a sete por cento das medalhas apresentavam falhas. “O problema mais frequente era que as medalhas caíam ou eram manuseadas de forma inadequada, causando a remoção do verniz e resultando em ferrugem ou escurecimento nas áreas afetadas”, relatou ele.