Coordenador do Grupo Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho respondeu à crítica do Secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Carvalho classifica a crítica de Derrite como “ousada, injusta e leviana”, destacando que a gestão do secretário é caracterizada pelo aumento da violência, criminalidade e mortes.
Na última sexta-feira, 21, Derrite replicou as declarações de Lewandowski sobre a realização inadequada de prisões pela polícia, afirmando que o ministro diz “muita besteira”. Ele expressou que a fala de Lewandowski, que afirmou que o problema não reside na polícia que prende e na Justiça que solta, mas sim na maneira inadequada como as prisões são efetuadas, era “absurda”. Derite demonstrou respeito pelo ministro, mas criticou quem o nomeou para o cargo, alegando que essa pessoa não teria a compreensão necessária para combater o crime, especialmente o organizado.
De acordo com Marco Aurélio de Carvalho, Derrite distorceu o sentido da declaração de Lewandowski e, como secretário de Segurança, deveria se focar na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública, proposta pelo ministro. Carvalho argumenta que Lewandowski apenas trouxe à tona uma verdade desagradável e sugeriu que Derrite deveria pedir desculpas à população de São Paulo, especialmente às mulheres, devido ao aumento dos casos de estupro e feminicídios.
Conforme estatísticas da própria Secretaria de Segurança Pública (SSP), os registros de crimes de estupro, latrocínio e furto apresentaram crescimento no estado em janeiro deste ano, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Em contrapartida, os índices de homicídios dolosos e lesão corporal seguida de morte permaneceram estáveis, enquanto o número de roubos diminuiu.
Nesta semana, Lewandowski declarou, durante uma palestra em Brasília, que as polícias realizam prisões de maneira inadequada, o que obriga o Judiciário a libertar os detidos. Esta afirmação gerou diversas críticas.
Na quinta-feira, 20, o Ministério da Justiça emitiu uma nota esclarecendo as declarações do ministro. O texto afirma que atualmente há uma dificuldade na troca de informações entre as forças de segurança do país e o Poder Judiciário, e que a PEC da Segurança Pública visa resolver esse problema, buscando padronizar e unificar os dados gerados pelas autoridades policiais.