O Corinthians está enfrentando dificuldades financeiras significativas após ser condenado pela FIFA em dois processos distintos relacionados às contratações de Rodrigo Garro e Félix Torres, ambos realizados em 2024. As reclamações foram apresentadas pelos clubes que possuíam os direitos dos atletas, o Atlético Talleres da Argentina e o Santos Laguna do México. As decisões da entidade resultaram em uma dívida total que supera 9,4 milhões de dólares, o que representa cerca de 55 milhões de reais na cotação atual.
No caso de Rodrigo Garro, o Corinthians havia acordado com o Atlético Talleres a compra de 80% dos direitos econômicos do jogador, com um valor total de 7.080.000 dólares. O pagamento seria realizado em parcelas. Uma cláusula do contrato previa que o valor da transferência seria bruto. Entretanto, o clube brasileiro fez deduções na primeira parcela, argumentando custos com impostos e taxas de remessa internacional, o que não foi aceito pelo Talleres, que decidiu levar a questão à FIFA.
A FIFA decidiu a favor do Talleres, concluindo que o contrato não autorizava deduções unilaterais feitas pelo Corinthians. Como resultado, a entidade estipulou que o Corinthians deve efetuar os seguintes pagamentos ao Talleres: 612.000 dólares referentes à diferença da primeira parcela não paga; 3.000.000 dólares, em razão da ativação da cláusula aceleratória, que tornou o saldo restante da transferência imediatamente exigível; 722.400 dólares como multa contratual (cláusula penal), correspondente a 20% do valor devido; e juros de 18% ao ano sobre as quantias em atraso. O Corinthians recebeu uma notificação da FIFA sobre o atraso e recebeu um prazo de 45 dias para quitar a dívida, sob pena de proibição para novas contratações.
O caso de Félix Torres é similar, com o Corinthians adquirindo 80% dos direitos econômicos do atleta junto ao Santos Laguna por 6.500.000 dólares, que seriam pagos em parcelas. O contrato previa que o valor a ser pago seria líquido, sem deduções de taxas ou outros custos. O Corinthians não cumpriu o pagamento da segunda parcela, levando o Santos Laguna a recorrer à FIFA.
A FIFA também decidiu a favor do Santos Laguna, determinando que o Corinthians deve pagar: 4.500.000 dólares referentes às parcelas restantes, considerando a ativação da cláusula aceleratória; 675.000 dólares a título de penalidade contratual, correspondente a 15% do montante em aberto; juros de mora de 18% ao ano sobre as quantias devidas; e uma multa de 30.000 dólares por atraso no pagamento. O Corinthians também possui um prazo de 45 dias para realizar os pagamentos, sob pena de não poder registrar novos jogadores.
Em resposta às decisões da FIFA, o Corinthians recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) em ambos os casos, buscando reverter as sentenças e suspender as cobranças. As situações permanecem pendentes de julgamento no CAS. O Corinthians reforça seu compromisso de cumprimento das obrigações e está monitorando a situação, porém, as condenações da FIFA impõem uma pressão financeira considerável, com o risco de sanções que poderiam impedir novas contratações caso os pagamentos não sejam feitos dentro dos prazos estabelecidos.
