Israel se prepara para receber os corpos de Kfir Bibas, um bebê de nove meses, e seu irmão Ariel, de quatro anos, nesta quinta-feira, dia 20. Ambos foram sequestrados pelo Hamas durante o ataque que ocorreu em 7 de outubro de 2023 e se tornaram símbolos significativos do trauma gerado por esse incidente. O grupo palestino anunciou que entregará os corpos dos meninos, juntamente com o de sua mãe, Shiri Bibas, e o de Oded Lifschitz, um refém de 88 anos, sob o acordo de cessar-fogo estabelecido em Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comentou que este será “um dia muito difícil para o estado de Israel, um dia perturbador, um dia de luto”.
Kfir e sua família, incluindo o pai Yarden, foram sequestrados no Kibutz Nir Oz, que foi invadido por atacantes do Hamas. O Hamas informou em novembro de 2023 que Shiri e as crianças haviam morrido devido a um ataque aéreo israelense, embora essa informação nunca tenha sido confirmada pelas autoridades de Israel. Muitos, no entanto, continuam a alimentar esperanças de que os meninos e sua mãe ainda estejam vivos. “Shiri e as crianças se tornaram um símbolo”, afirmaram moradores de Nir Oz, que experimentaram a perda de cerca de um quarto de sua população entre mortos e sequestrados.
Yarden Bibas já havia sido libertado em um acordo anterior de troca de reféns. A família expressou que sua “jornada não terminou” até que se confirme o que ocorreu com os meninos e sua mãe. A entrega dos corpos será a primeira sob o acordo atual, e os detalhes sobre suas identidades não serão revelados até que sejam realizadas as verificações de DNA necessárias.
Apesar das alegações de violações do cessar-fogo por ambas as partes, o acordo, que começou em 19 de janeiro, tem se mantido desde o início das trocas de reféns e prisioneiros em Gaza. Netanyahu tem enfrentado críticas de aliados da coalizão de extrema-direita devido à sua concordância com o acordo, que alguns consideram que concede vantagens ao Hamas. Contudo, pesquisas demonstram que uma ampla maioria da população apoia o cessar-fogo, e milhares de israelenses têm protestado para exigir que o governo assegure o cumprimento do acordo até que todos os reféns ainda em cativeiro sejam libertados.