sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Corregedoria investiga dez policiais militares por suposta participação em irregularidades

A Corregedoria da Polícia Militar formalizou, nesta sexta-feira, 31, o indiciamento de dez policiais em razão de suspeitas de envolvimento com atividades criminosas organizadas. Esses homens estariam ligados ao homicídio de Vinícius Gritzbach, que havia denunciado membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e policiais corruptos. Gritzbach foi assassinado em novembro, logo após deixar o Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Espera-se que na próxima semana outros sete policiais, que também foram detidos, venham a ser indiciados.

Os dezessete policiais sob prisão incluem treze PMs que estavam responsáveis pela segurança particular de Gritzbach, um tenente acusado de manipular as escalas de serviço para permitir que este grupo fizesse a proteção do delator durante o horário de trabalho, e três indivíduos suspeitos de terem participado diretamente do crime. Os quatorze policiais ligados à segurança clandestina de Gritzbach enfrentarão acusações de organização criminosa, enquanto os outros três, envolvidos no ataque no aeroporto, serão acusados de formação de um grupo para a prática de violência, um tipo de crime que, embora não previsto no Código Penal comum, é abordado no Código Penal Militar.

Em comunicado oficial, a PM declarou que o Inquérito Policial Militar (IPM) continua em curso, sob sigilo judicial, e reafirmou seu compromisso em punir os agentes corruptos. “A Polícia Militar enfatiza que não admite desvios de conduta e impõe sanções severas a qualquer agente que viole a lei”, afirma a nota.

Em um inquérito separado, a Corregedoria está investigando dois policiais pertencentes às Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que supostamente vazaram informações ao PCC. Estes policiais estavam sob a supervisão do capitão Raphael Alves Mendonça, que era parte da equipe de segurança do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e foi dispensado na quinta-feira, 30.

O assassinato de Vinícius Gritzbach está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil, além das apurações realizadas pela Corregedoria da Polícia Militar. Gritzbach não só alertou o Ministério Público sobre as atividades da facção, como também denunciou agentes da polícia envolvidos em corrupção. A Polícia Federal (PF) prendeu quatro policiais, e um outro investigado, que não tinha sido identificado até então, se entregou às autoridades. No momento de seu assassinato, Gritzbach estava em posse de joias de Alagoas avaliadas em 2 milhões de reais, segundo os investigadores, o que sugere que ele ainda estava envolvido em atividades de lavagem de dinheiro.

O delator foi assassinado no dia 8 de novembro, no terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em plena luz do dia, em um ato que chocou pela audácia dos criminosos e evidenciou a corrupção policial. Gritzbach era réu em um caso de lavagem de dinheiro e também acusado de ser o mandante de um duplo homicídio. Ele foi apontado como responsável pelos assassinatos de Anselmo Becheli Santa, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, também conhecido como Sem Sangue, em 2021. Ele tinha um mandado de morte contra si, emitido pelo PCC, devido a sua suposta responsabilidade na morte desses integrantes da facção.

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