A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) restabeleceu a autorização para que os Correios utilizem aviões para o transporte de encomendas. Na última sexta-feira, foi anunciada a suspensão das operações até que a empresa estatal cumprisse as medidas de segurança exigidas, especialmente em relação a produtos considerados perigosos, como baterias de íon e lítio. A restrição, que começaria a vigorar nesta quarta-feira, foi revogada após a apresentação de um plano que assegura o cumprimento do protocolo necessário. Uma das principais mudanças incluirá a inspeção das cargas por meio de raio-X antes do embarque.
No final de 2024, a Anac já havia notado situações que indicavam o transporte inadequado de itens restritos, conforme um comunicado da agência. Apesar de ter sido notificada, a empresa demonstrou dificuldades em operar em conformidade com os requisitos de segurança, especialmente no que diz respeito ao manuseio de produtos perigosos. A prática até então registrada envolvia o despache de materiais para transporte aéreo sem a devida identificação dos itens sensíveis, o que gerava preocupações quanto à segurança.
Essa situação resultou em um incidente em novembro do ano passado, quando uma aeronave que transportava produtos dos Correios sofreu um incêndio interno. O incêndio foi provocado por uma bateria de lítio que não havia sido corretamente sinalizada, o que comprometeu a segurança do voo e exigiu um pouso forçado.
Entre fevereiro e abril deste ano, a Anac intensificou sua fiscalização e constatou que diversas exigências de segurança estavam sendo desrespeitadas. Em decorrência disso, havia sido determinada a suspensão das operações aéreas, até que os Correios demonstrassem a capacidade de corrigir as falhas encontradas. A medida também afetou duas empresas privadas, Total Linhas Aéreas e Sideral Linhas Aéreas, que são operadores certificados e prestam serviço à estatal.
Recentemente, a Anac anunciou uma mudança na situação ao informar que os Correios apresentaram um plano para implementar as exigências necessárias à segurança das operações. Além disso, foi firmado um acordo operacional entre a estatal e as companhias aéreas envolvidas. O pacto estabelece um compromisso para a adoção de medidas de mitigação de risco, acompanhadas de um cronograma detalhado de ações de ambas as partes.
Como parte das novas diretrizes, será realizada inspeção de raio-X nas cargas destinadas ao transporte aéreo pelos Correios. Artigos classificados como perigosos ficam proibidos de serem embarcados, e as normas de segurança deverão ser rigorosamente seguidas, com monitoramento contínuo por parte da Anac, sob risco de nova interrupção das operações.
