Grupo opositor a Lula busca deteriorar a imagem do governo; ao mesmo tempo, apoiadores do petista indicam que os descontos irregulares começaram em 2019, durante a administração de Jair Bolsonaro.
Investigações demonstram que fraudes ligadas a descontos em aposentadorias podem ter resultando em um desvio de R$ 6,3 bilhões ao longo de seis anos. A oposição está organizando esforços para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados, com a finalidade de examinar os descontos indevidos nas aposentadorias e pensões do INSS. O protocolo do requerimento para uma comissão mista, a CPMI, foi adiado por duas semanas. Há expectativa de que o presidente da Câmara, Hugo Motta, demonstre mais abertura para a investigação em comparação ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, visto como próximo ao governo Lula.
Hugo Motta afirmou que a criação da CPI não é viável neste momento, devido a outros requerimentos que aguardam análise. Contudo, sugeriu que a formação da comissão poderia ser possível se a oposição concordasse em abrir mão de algumas investigações. No Senado, acredita-se que Motta não se oporia à CPI, e que a pressão sobre Alcolumbre seria mais eficiente, uma vez que a leitura do requerimento é indispensável.
Investigações realizadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) indicam que fraudes relacionadas a descontos em aposentadorias podem ter causado um desvio significativo ao longo de seis anos. A oposição planeja empregar essas informações para enfraquecer a reputação do governo Lula. Em contrapartida, aliados do governo sustentam que os descontos irregulares começaram em 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro, e que muitas das organizações envolvidas foram criadas na administração anterior.
Carlos Lupi, presidente do PDT e ex-ministro da Previdência, pediu demissão em meio ao escândalo. O novo ministro, Wolney Queiroz, foi nomeado sem a consulta a Lupi, o que acarretou um rompimento entre o partido e o governo. A oposição discute táticas para assegurar que a investigação não fique sob influência do governo. O líder do PSB, Pedro Campos, destacou que o intuito do Congresso deve ser o ressarcimento dos aposentados que foram prejudicados.