9 março 2025
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Crescimento das Pressões Políticas e Econômicas em T…

Símbolos da polarização política no Brasil, os presidentes Lula e Jair Bolsonaro enfrentam desafios significativos em seus respectivos mandatos. De acordo com pesquisas, Lula está passando por um aumento acelerado de sua desaprovação, que já supera 60% em áreas eleitorais chave. Essa deterioração de sua imagem atinge até mesmo os tradicionais bastidores do Partido dos Trabalhadores (PT), levando a especulações sobre a possibilidade de Lula desistir de concorrer à reeleição em 2026, temendo uma possível derrota. Por outro lado, Jair Bolsonaro não pode se candidatar na próxima eleição, a menos que surjam mudanças jurídicas ou uma nova configuração legislativa. Atualmente, Bolsonaro enfrenta inelegibilidade e corre o risco de enfrentar penas de até quarenta anos de prisão, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) o condene por supostamente liderar uma tentativa de golpe visando minar a democracia e manter-se no poder.

Neste panorama de incerteza política para Lula e Bolsonaro, surgem alternativas de candidatura, especialmente no campo da direita. A impopularidade de Lula e os problemas enfrentados por Bolsonaro são vistos como oportunidades que possibilitam a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, do Republicanos. Publicamente, Tarcísio afirma que buscará um novo mandato em São Paulo e apoia Bolsonaro para 2026, mas, nos bastidores, há indicações de que ele considera seriamente a disputa pela presidência no próximo ano. Essa percepção é compartilhada por líderes de partidos de centro e direita, que estão se mobilizando para apoiar a candidatura de Tarcísio, acreditando que se a situação atual não mudar, receberão apoio de Bolsonaro para avançar com essa proposta.

O presidente do PP e chefe da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira, tem realizado reuniões estratégicas para discutir as eleições de 2026. Ele convocou especialistas para explorar tendências eleitorais, líderes de partidos, parlamentares e governadores, incluindo Tarcísio e outros possíveis presidenciáveis como Ronaldo Caiado e Romeu Zema. Embora essa discussão ocorra em um ambiente secreto, existe um consenso de que é improvável que Bolsonaro recupere seus direitos políticos até 2026, o que pressiona a necessidade de se criar uma candidatura forte que una a direita contra o governo atual. A preferência é por Tarcísio, cuja gestão é bem avaliada, o que complica a situação para outros concorrentes, que estão relutantes em desistir.

Ronaldo Caiado, o único que até agora anunciou sua candidatura, expressou preocupações sobre a representação da direita em uma eleição presidencial, afirmando que múltiplos candidatos podem beneficiar Lula. Ele já anunciou a popular participação do cantor sertanejo Gusttavo Lima em sua chapa. Além da unidade na direita, os organizadores da campanha enfrentam um obstáculo maior: a insistência de Bolsonaro em se manter relevante na política. Como principal figura eleitoral da direita, ele não pode ser desconsiderado pelos envolvidos na articulação para a candidatura. Essa situação requer um planejamento cuidadoso, pois a lealdade a Bolsonaro é crucial, considerando seu histórico de apoio a candidatos que, posteriormente, se mostraram desleais.

Na esteira da polarização política, Lula também reflete sobre sua posição no cenário eleitoral. Em um movimento similar ao que fez em 2018, quando estava preso, ele considera levar sua candidatura até o fim, buscando não apenas manter sua influência, mas também ter a oportunidade de indicar um sucessor. Em resposta a essas especulações, Bolsonaro sugeriu, em entrevistas, que sua linha de sucessão poderia incluir seus filhos Eduardo ou Flávio, ou até mesmo a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As pesquisas indicam que Michelle poderia obter resultados favoráveis em uma disputa direta contra Lula, demonstrando a relevância dos nomes da família Bolsonaro na política brasileira.

Apesar dos desafios legais enfrentados, o sobrenome Bolsonaro continua a ser um trunfo para qualquer candidato que ele indique. Estima-se que esse nome possa garantir cerca de 30% das intenções de voto desde o início da disputa, embora a rejeição associada ao sobrenome possa complicar esse cenário. Tarcísio, por não estar atrelado aos escândalos familiares, apresenta uma rejeição significativamente menor, posicionando-se como uma opção viável para os eleitores que buscam alternativas. Além disso, Tarcísio mantém uma posição firmemente alinhada a Bolsonaro, fortalecendo sua imagem em meio a um cenário político conturbado.

Enquanto isso, Tarcísio se mostra diplomático em suas incursões políticas. Ele tem buscado furar a bolha da polarização, adotando um estilo que busca apaziguar as relações com o Judiciário, algo que diverge do estilo combativo de Bolsonaro. Construir alianças pode ser um passo estratégico para promover sua candidatura presidencial. Ao mesmo tempo, Bolsonaro deseja garantir que o candidato a sucedê-lo esteja comprometido com a possibilidade de sua anistia ou indulto, caso enfrente condenação. O clima tenso entre os dois líderes principais levanta a possibilidade de que, em um momento de crise, Tarcísio possa escolher não se candidatar à reeleição em São Paulo e optar pela corrida presidencial.

Os articuladores da direita continuam a trabalhar em alternativas caso a candidatura de Tarcísio não avance. Entre os potenciais candidatos estão Ronaldo Caiado, que planeja anunciar sua candidatura rapidamente, Romeu Zema, que busca unir a direita, Ratinho Jr., cuja popularidade ainda é limitada fora do Paraná, e Eduardo Leite, com um percentual elevado de aprovação no Rio Grande do Sul. Além disso, Michelle Bolsonaro tem ganhado visibilidade nas pesquisas, sendo considerada uma carta potencial na disputa presidencial. As articulações estão em andamento em meio a um ambiente político volátil, com cada figura buscando maximizar suas chances diante das incertezas políticas que cercam os principais líderes do Brasil.

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