Duas crianças americanas, uma de 7 anos e outra de 4 anos diagnosticada com câncer metastático, foram deportadas para Honduras junto com a mãe na sexta-feira (25), conforme informações de sua advogada e de diversas organizações de defesa dos direitos civis e da imigração. A mãe foi detida após comparecer a uma consulta, realizada na quinta-feira (24), com as autoridades de imigração a respeito do Programa de Supervisão Intensiva de Comparecimento. A advogada Erin Hebert relatou que a mãe foi instruída a levar os filhos e seus passaportes à reunião.
No entanto, ao chegarem ao local, Hebert não teve permissão para acompanhar a família durante a consulta. Logo após, foi informada que a família havia sido presa, mas as autoridades não forneceram informações sobre o destino deles. Hebert recebeu a informação de que dois agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) aguardavam a família na consulta. A advogada então contatou o escritório regional do ICE em Nova Orleans para solicitar a suspensão da deportação, visando manter a família no país. Contudo, na manhã de sexta-feira, a família já havia sido encaminhada para um voo rumo a Honduras.
Hebert declarou que seus clientes foram deportados apenas 24 horas após a detenção, sem acesso a qualquer orientação legal. O caso é semelhante ao de outra família em que uma mulher e seu filho de 2 anos também foram deportados na mesma sexta-feira após um “check-in de rotina”. Os defensores dos direitos imigratórios afirmam que tais casos evidenciam a ausência de devido processo legal na atual repressão à imigração. Altos funcionários do governo sustentaram que as deportações envolvendo pais e filhos pequenos foram justificadas, alegando que crianças cidadãs americanas não foram deportadas, mas que os pais em situação irregular têm a opção de levar seus filhos com eles ao serem deportados.
