O ministro Wellington Dias ocupa uma das pastas mais significativas do governo, o Ministério do Desenvolvimento Social, que é responsável por diversos programas, incluindo o Bolsa Família, com um orçamento de 168 bilhões de reais no ano anterior. Apesar de ser uma escolha pessoal do presidente, sua atuação até o momento não se destacou consideravelmente.
No ano passado, houve considerações entre aliados do presidente sobre uma possível demissão de Dias, com críticas relacionadas à sua capacidade de gerar uma imagem positiva para o governo, mesmo com ferramentas eficazes à sua disposição. Dentro do quadro do Partido dos Trabalhadores, surgiram sugestões de que a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann, poderia assumir seu lugar; ela também é cogitada para um cargo na Secretaria-Geral da Presidência.
As mudanças ministeriais ainda não foram implementadas. Conforme a transição para o novo ano, a possibilidade de demissão de Wellington Dias parece ter diminuído. No entanto, novas especulações surgiram, principalmente após uma declaração infeliz em que ele mencionou a chance de um reajuste no Bolsa Família, como forma de compensar os efeitos da inflação dos alimentos. Essa afirmação gerou uma reação contrária no mercado, que clama por cortes nas despesas, levando a uma posição contrária do próprio governo. O chefe da Casa Civil divulgou um comunicado desmentindo qualquer estudo sobre um aumento no benefício, e o novo secretário de Comunicação Social expressou descontentamento com as falas do ministro, que criaram uma narrativa negativa para a administração.
Recentemente, Wellington Dias enfrentou novas dificuldades. Foi revelado que ONGs contratadas por seu ministério para a distribuição de refeições não atenderam ao que foi estipulado em contrato com o governo federal. Informações indicam que recursos destinados a oferecer alimentação a pessoas em situação de vulnerabilidade não foram utilizados de maneira adequada, levantando suspeitas de apropriação indevida desse dinheiro.
Diante da situação, o Ministério do Desenvolvimento Social contatou a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União para investigar as alegações de desvio de verbas. Além disso, a pasta suspendeu os contratos com as entidades implicadas, como uma estratégia para mitigar a deterioração da imagem do ministério em uma época em que, segundo dados da Transparência Internacional, a percepção de corrupção no Brasil tem aumentado. A questão do uso indevido de recursos destinados à assistência social se configura como uma problemática grave, especialmente quando se trata de suprir necessidades básicas de pessoas em situação de vulnerabilidade.
