7 abril 2025
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Crise nos Mercados e Altas no Dólar: A Guerra Comercial de Trump Atinge Níveis Alarmantes

As bolsas de valores ao redor do mundo enfrentaram perdas significativas nesta segunda-feira, 7 de outubro, ampliando um ambiente de aversão ao risco que começou na semana anterior, em decorrência do anúncio de tarifas de importação pelos Estados Unidos. A implementação de políticas comerciais agressivas pelo presidente Donald Trump, juntamente com a imediata retaliação da China, intensificou as preocupações sobre uma possível guerra comercial global, resultando em quedas acentuadas nas bolsas da Ásia, Europa e Américas, além de um aumento no valor do dólar e uma desvalorização do petróleo.

Os futuros do mercado de ações em Wall Street também indicavam um dia negativo, com o índice S&P 500 apresentando queda de 3,5% e o Nasdaq recuando 4,4%. Estas perdas são esperadas após uma semana em que o mercado americano perdeu cerca de US$ 6 trilhões em valor de mercado. O índice de volatilidade Vix, considerado o “índice do medo” de Wall Street, ultrapassou os 60 pontos, um nível associado a períodos de turbulência extrema, refletindo uma expectativa de instabilidade acentuada nos mercados americanos nos próximos 30 dias.

Na Ásia, os principais índices de ações registraram quedas expressivas. A bolsa de Hong Kong foi a mais afetada, com uma queda de 13,22%, a maior desde a crise financeira asiática de 1997. Na China, os índices CSI300 e SSEC tiveram desvalorizações de 7,05% e 7,34%, respectivamente, após a reabertura dos mercados, que estavam fechados devido a um feriado. A bolsa de Taiwan apresentou uma redução de 9,7%, enquanto a do Japão enfrentou uma queda de 8,8%, após a ativação de um mecanismo de interrupção das operações.

Na Europa, o índice Stoxx 600 caiu 6,2% no início do dia, mas viu alguma recuperação, operando em baixa de cerca de 4,3% por volta das 8h (horário de Brasília). O DAX da Alemanha registrava queda de 4,28%, o CAC 40 da França recuava 4,47%, o FTSE 100 do Reino Unido apresentava queda de 3,92%, e o FTSE/MIB de Milão desvalorizava-se em 5,03%. O Ibovespa, principal índice da B3, acompanhou o movimento negativo global, caindo 1,86% nas primeiras horas de negociação, atingindo 124.890 pontos. No mercado cambial, o dólar alcançou R$ 5,90, com uma valorização de 1,13%, acentuando uma alta de 3,68% observada na última sexta-feira.

O receio de uma desaceleração econômica global também impactou os preços do petróleo, com o Brent, referência internacional, caindo 3,3%, cotado a US$ 63,48 por barril. O WTI, petróleo dos EUA, recuou 3,7%, para US$ 59,67 — os níveis mais baixos desde abril de 2021 — em consequência da decisão da Opep+ de aumentar a produção de petróleo, que contribuiu para a pressão negativa sobre os preços.

Embora os mercados estejam reagindo adversamente, o presidente Donald Trump reafirmou seu suporte às tarifas. Em declaração a jornalistas, ele mencionou que “às vezes é preciso tomar remédio para consertar alguma coisa”. Trump descartou qualquer possibilidade de acordo com a China enquanto o déficit comercial dos Estados Unidos não for reduzido. Em uma postagem em suas redes sociais, ele descreveu as tarifas como “coisas lindas de se ver”. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, minimizou os impactos das políticas, afirmando que “nossos parceiros comerciais têm se aproveitado de nós” e que aguardaria ações de contrapartida de outros países.

Em resposta, a China instituiu tarifas de 34% sobre produtos americanos e anunciou restrições à exportação de terras raras, recursos essenciais para a indústria tecnológica. Espera-se que a União Europeia tome medidas contrárias ao pacote de tarifas dos EUA ainda nesta semana. Especialistas alertam sobre os riscos de uma recessão global, sendo que o JPMorgan projeta uma contração de 0,3% da economia americana este ano, revertendo uma previsão anterior de crescimento de 1,3%. O presidente do Federal Reserve, Jay Powell, também expressou preocupação com o risco de “inflação mais alta e crescimento mais lento”.

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