Atualmente, entre as 20 equipes que competem na série A do futebol brasileiro, é observado que oito delas são dirigidas por técnicos estrangeiros, incluindo Abel Ferreira no Palmeiras, Leonardo Jardim no Cruzeiro, Pedro Caixinha no Santos, Pepa no Sport, Gustavo Quinteros no Grêmio, Vojvoda no Fortaleza, Luís Zubeldia no São Paulo e Ramón Díaz no Corinthians. Cuca, treinador do Atlético-MG e um dos 12 treinadores brasileiros na Série A, trouxe uma reflexão sobre a presença desses profissionais no Brasil.
Cuca, ao comentar sobre a inclusão de estrangeiros no futebol brasileiro, afirmou que a competitividade traz benefícios e valor. Destacou que a inserção de estrangeiros não se limita apenas ao campo, mas também se estende a mídias como televisão e rádio, contribuindo para um desenvolvimento geral. Além disso, a participação de técnicos de fora também se reflete em posições administrativas, como CEOs e diretores de futebol.
Embora considere a vinda de treinadores estrangeiros positiva, Cuca enfatizou a importância dos profissionais brasileiros buscarem oportunidades no exterior. Ele acredita que brasileiros capacitados poderiam ter sucesso em equipes de países vizinhos, como Argentina. Mencionou que se um treinador brasileiro de alto nível fosse contratado por grandes clubes argentinos, como Boca Juniors ou River Plate, certamente conseguiria realizar um bom trabalho. Cuca também apontou que a falta de oportunidades pode ser um empecilho para essa troca.
A questão da instabilidade nos comandos técnicos é uma característica do futebol brasileiro, e Cuca abordou esse aspecto ao chamar a atenção para a pressão existente sobre os treinadores nacionais. Ele sugeriu que haja mais paciência, tanto da imprensa quanto das direções dos clubes, com os profissionais brasileiros. Cuca citou a situação de treinadores renomados como Guardiola, que, mesmo enfrentando momentos difíceis, mantêm seu posto devido à confiança depositada neles. No Brasil, essa confiança parece ser mais limitada, resultando em trocas rápidas após curtos períodos sem resultados satisfatórios. Ele finalizou ressaltando que um ambiente de confiança é fundamental para a consolidação do trabalho de um treinador.